Reuters
26/05/2003 - 13h13

Philips aposta em novos eletrônicos para motivar vendas de chips

da Reuters, em Eindhoven (Holanda)

A Philips vê recuperação de 12% em seu estagnado mercado de semicondutores, estimulada em parte pelos gravadores de DVDs que se tornarão centrais de entretenimento doméstico, disseram os executivos do grupo.

A terceira maior fabricante de chips da Europa, que ficou para trás da rival franco-italiana STMicroelectronics nos últimos anos, tem por objetivo aproveitar a próxima onda de produtos de sucesso, como televisores de tela plana, gravadores de DVD e telefones multimídia.

Theo Claasen, vice-presidente de estratégia da Philips Semiconductors, acredita que esses produtos estimularão o mercado de chips, atualmente estagnado em US$ 150 bilhões em vendas ao ano.

"Não voltaremos ao período de crescimento anual de 16%, mas o mercado crescerá entre 10% e 12% ao ano", disse Claassen, acrescentando que é difícil estimar quando começará a recuperação.

A Philips, que ocupa a 10ª posição mundial entre os fabricantes de chips, ante o quarto posto da ST, perdeu em parte a explosão dos mercados de telefonia celular, set-top boxes para televisão e DVD players dos anos 90.

Em lugar disso, ela se concentrou em fornecer chips à Ericsson, uma fabricante de celulares que crescia apenas lentamente, e em produzir chips para televisores convencionais, ignorando os processadores de memória flash para aparelhos móveis.

"Tínhamos a Ericsson, a ST e a Nokia. Perdemos no mercado de set-top boxes para televisores e no de DVD players. Mas estamos entrando em uma segunda fase agora, e dessa vez começamos em tempo", disse Claasen.

Uma nova linha de aparelhos está pronta para chegar ao mercado e a Philips acredita que eles não apenas substituirão os DVD players e os set-top boxes, mas que se tornarão centrais de entretenimento para as residências.

No já antigo debate sobre a "casa do futuro", a Philips ajustou sua posição. No caso da TV, ela acredita que o gravador de DVD conectará a maior parte dos sistemas de entretenimento de uma casa, do som às câmeras digitais e MP3 players.

Embora um computador pessoal possa fazer o mesmo, ou mais, os chipsets multimídia para gravadores de DVD, TVs e celulares custam entre US$ 20 e US$ 40, muito menos que os onipotentes microprocessadores dos computadores, que têm preços de até US$ 500.

E apesar de um processador de gráficos para videogames ser muito mais rápido, os chips multimídia são mais versáteis.

Estes chips, que a Philips batizou de Nexperia, podem alterar entre tarefas como gravação automática de programas de TV, gravação de músicas da web ou armazenagem de imagens de uma câmera por meio de uma rede doméstica com ou sem fio.

No mercado de gravadores de DVD, a Philips está determinada a não repetir o erro dos anos de 1990. Nessa época a companhia ajudou a inventar o DVD, contribuindo com um grande número de patentes e produzindo milhões de competidores e acabou perdendo a batalha sobre os chips desses aparelhos.

A Philips afirma deter uma participação de 35% nos chips de gravadores de DVD, ainda um mercado pequeno, mas que pode ser mais lucrativo que o mercado de players de DVD daqui a três anos, afirma Leon Husson, encarregado pela divisão de consumo.

"As previsões (de ganho) para o mercado de gravadores de DVDs estão se tornando maiores. A taxa de penetração está mais rápida do que aconteceu com os players de DVD naquela época", disse Husson.
 

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