Reuters
16/06/2003 - 20h36

Popularidade do presidente do Peru bate recorde negativo

da Reuters, em Lima

A aprovação popular do presidente do Peru, Alejandro Toledo, que decretou estado de emergência para tentar conter manifestações de trabalhadores, caiu para 11%, segundo uma pesquisa divulgada hoje.

O instituto Apoyo ouviu 538 moradores de Lima no fim de semana e mostrou que a popularidade do presidente caiu 4 pontos percentuais desde maio, atingindo o mais baixo nível de todo seu mandato. O índice de desaprovação a Toledo, há dois anos no cargo, é de 85%.

''Os peruanos concordam que há dois erros que Toledo voltou a repetir desta vez: falta de veracidade em suas declarações e falta de austeridade'', disse o diretor do Apoyo, Alfredo Torres, à rádio RPP.

Na semana passada, o presidente anunciou que 71 operários sequestrados pelo Sendero Luminoso nas obras de um gasoduto haviam sido resgatados numa ação militar. Na sexta-feira, ele reconheceu que a libertação ocorreu após uma negociação com o grupo guerrilheiro.

Torres disse que a popularidade de Toledo também foi prejudicada pelo fato de ele ter usado o avião presidencial para a viajar aos Estados Unidos no final de semana, onde fez uma conferência na Universidade Stanford, onde estudou.

No sábado (14), o governo anunciou que o salário de Toledo será reduzido, a partir de 1º de julho, de US$ 12 mil para US$ 8.400. Na avaliação de Torres, a decisão ''veio tarde demais''.

A discussão sobre o salário de Toledo surgiu em meio aos protestos de peruanos contra a falta de melhoria no padrão de vida da população. Toledo respondeu às manifestações impondo um estado de emergência em 12 regiões, no dia 28 de maio.

Os professores peruanos encerraram, na semana passada, uma greve que já durava um mês, após aceitarem, relutantemente, um aumento mensal de cerca de US$ 30. O governo disse que não podia pagar mais.
 

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