Reuters
17/06/2003 - 10h46

Arquivos autodestrutivos protegerão direitos autorais

da Reuters, em Londres (Reino Unido)

Se empresas de tecnologia como Sony e Microsoft conseguirem o que desejam, músicas e filmes poderão ser reproduzidos somente uma vez antes que seus arquivos se autodestruam, a menos que o detentor de direitos autorais receba o pagamento que lhe é devido para mais execuções.

Para os especialistas, a tecnologia que tornará isso possível --conhecida como DRM (administração digital de direitos)-- vai mudar para sempre a maneira pela qual as pessoas consomem mídia e software.

As empresas de software e mídia continuam a pressionar com novas iniciativas de segurança de conteúdo, cada uma das quais promovendo uma versão própria de DRM, um sistema que tem por objetivo proteger o conteúdo contra pirataria. Num futuro próximo, as planilhas eletrônicas e as páginas da internet serão protegidas por "cadeados digitais".

A Sun Microsystems anunciou esta semana que planeja lançar um software para proteger a propriedade intelectual sobre conteúdo oferecido em celulares e smart cards. Enquanto isso, a Warner Music lançou o novo disco do cantor Steely Dan, "Everything Must Go", em CD e DVD, este último em um formato protegido, à prova de cópia.

O maior mercado para a segurança de conteúdo deve ser o de empresas, agências governamentais e hospitais que precisam impedir que dados sensíveis caiam nas mãos erradas. Mas até agora foram as empresas de mídia que fizeram mais barulho quanto aos sistemas DRM.

Pirataria impulsiona o mercado

Sob ataque dos piratas, os estúdios de cinema e gravadoras vêm equipando os novos CDs e DVDs com códigos de computador cujo objetivo é impedir ou limitar a capacidade dos usuários para copiarem arquivos em discos virgens ou trocá-los on-line.

Companhias especializadas em eletrônicos como a Sony e a Nokia entraram no jogo, igualmente, instalando sistemas DRM em novos aparelhos de som e aparelhos portáteis, para garantir que os materiais protegidos por direitos autorais não sejam reproduzidos e transferidos entre dispositivos sem que os consumidores paguem por isso.

Mas resta um sério problema para o setor: a falta de padrões unificados.

As tecnologias de DRM são muito variadas, promovidas por empresas como Philips e Microsoft, que equipará seu pacote Office 2003 com controles para definir quem pode imprimir, copiar ou encaminhar dados de documentos.

No ano passado, Sony e Philips adquiriram a Intertrust, pioneira no ramo e detentora da maior parte das patentes sobre a DRM, por US$ 450 milhões. A influência das duas empresas, espera-se, aproximará os fabricantes de eletrônicos e as empresas de software.

"É importante haver colaboração e não confundir o consumidor", diz Mike Tsurumi, diretor da divisão européia de eletrônicos da Sony.
 

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