Reuters
19/06/2003 - 15h31

SAP quer distância das brigas no setor de software corporativo

da Reuters, em Orlando (EUA)

Mantenha-se em foco. Faça poucas promessas. Cumpra as metas. Ganhe a confiança do eleitor. Adotando táticas de campanha de uma candidato político, Henning Kagermann, presidente-executivo da produtora de software SAP, fez um discurso a analistas e investidores prevendo a manutenção do desaquecimento da economia global.

"Acreditamos que a incerteza e a vulnerabilidade da economia estão aqui para ficar, disse Kagermann. "Os orçamentos para informática estão em baixa e encolhendo e o que a SAP pode fazer é mostrar aos clientes como transferir custos de operações para inovação e investimento."

O economista tranquilo que virou superexecutivo aproveitou e fez sua maior promessa de campanha: "A SAP pode reduzir os custos de operações significativamente, de algo como 60% (do orçamento de uma companhia) para algo em torno de 35% a 40%", disse Kagermann.

Comentários sobre fusões

Kagermann, porém, não conseguiu resistir a tecer comentários sobre os concorrentes PeopleSoft, Oracle e J.D. Edwards, que travam uma batalha em torno de duas fusões. Os rivais concordam que o setor precisa ser consolidado para brigar contra a líder SAP, que detém metade do mercado de aplicativos para empresas.

O executivo afirmou que as possíveis fusões entre as rivais PeopleSoft, J.D. Edwards e Oracle são movimentos defensivos de "consolidação de baixo para cima". Ele disse que a SAP continuará com sua estratégia de ganhar mercado em vez de comprá-lo.

"A SAP aumenta sua fatia de mercado a cada trimestre. Parte de nossa concorrência reagiu consolidando de baixo para cima. Foi uma iniciativa defensiva", disse ele.

O executivo negou as especulações de que a SAP poderá fazer uma oferta por um dos rivais. "Temos uma estratégia na SAP de não comprar mercado", disse ele, reiterando a política da companhia alemã de fazer apenas aquisições de pequenas empresas de tecnologia e evitar grandes fusões.

"Se (a fusão entre os rivais da SAP) acontecer, não vai mudar o cenário competitivo", disse. "Juntas, as suas forças respondem por apenas metade de nossa fatia de mercado."

A SAP pretende ficar acima da turbulência que engolfa seus concorrentes. "Esperamos mostrar ao mercado que há alternativas em termos de confiança", disse Kagermann. "Não somos agressivos, estamos aqui apenas para ajudar."
 

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