Reuters
24/07/2003 - 11h27

Suécia enfrenta polêmica de anúncios de "crianças gays"

da Reuterse, em Estocolmo

"Birgitta, 6 anos, lésbica", lê-se em um anúncio com a fotografia de uma menina num maiô e bóias de braço, ao lado de desenhos infantis. "Nem todas as princesas escolhem um príncipe", conclui a propaganda.

Uma campanha de um grupo gay sueco para promover a consciência de que a orientação homossexual pode começar na infância causou o ultraje de um grupo de proteção a crianças, que afirmou que a descrição sexual de meninos e meninas poderá encorajar os pedófilos.

O Stockholm Pride, grupo de defesa dos direitos dos homossexuais, lançou a campanha em seu site e pretende publicar anúncios na grande imprensa e em veículos alternativos locais.

O presidente da Pride, Anders Selin, frisou que todas as crianças que aparecem nos anúncios são agora adultos gays, lésbicas ou transexuais entre 24 e 40 anos de idade.

"Não estamos dizendo que todo jovem é homossexual, mas que ser gay deveria ser tão respeitável quanto ser heterossexual", disse.

Selin afirmou que quer provocar o debate sobre como a orientação sexual de adultos é influenciada na infância pela "forma pela qual nossos pais nos criam e pelos brinquedos, entre outras coisas."

Mas a deputada conservadora Rosita Runegrund, que contribui para a Ecpat, uma entidade internacional que congrega organizações de combate à exploração sexual de crianças, não concorda.

"Os pedófilos usam o argumento de que as crianças têm uma identidade sexual. Para mim, foi um choque ver as fotos do site, porque a Pride é uma organização respeitável", afirmou.

"Há uma reação forte do público, que não entende as fotos. Não é necessário. As crianças precisam ter suas próprias experiência e leva tempo para que elas encontrem sua própria identidade sexual", declarou Runegrund.

Selin, que aparece em um dos anúncios, afirmou que "assim que a gente começa a falar sobre homossexualidade e crianças, todo mundo começa a berrar sobre pedofilia".

A Suécia tem uma atitude relativamente tolerante em relação a gays e lésbicas, que podem realizar uniões civis, mas não podem casar. O país tem um índice muito pequeno de crimes contra crianças.
 

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