Reuters
30/09/2003 - 09h06

Metron pede concordata pressionada por juros, câmbio e dívida

da Reuters

A Metron, que já liderou o mercado brasileiro de computadores à frente de gigantes como a Hewlett-Packard, dona da Compaq, entrou com pedido de concordata preventiva ontem.

Em comunicado, a fabricante afirma que o pedido de concordata surge em virtude da crise cambial do último semestre de 2002, taxas de juros do Banco Central que dificultam vendas financiadas no varejo e pressão do Banco BBM, credor da empresa, que "detentor de garantia real, preferiu dela renunciar para requerer a falência, com consequências ruinosas".

O diretor comercial e de marketing da Metron, Cássio Fernandes Augusto, afirmou no comunicado que a empresa vai cortar custos, fortalecer as atuais alianças e a buscar novos parceiros comerciais e investidores. "O projeto (de novos investidores) não será interrompido pelo pedido de concordata", informou o executivo.

Em agosto, a Metron anunciou que estava negociando com investidores internacionais um aporte de capital para este ano, até agora sem sucesso.

A empresa informou que quer realizar uma auditoria externa em suas contas para obter dados detalhados sobre seu ativo e seu passivo.

O pedido de concordata surge uma semana após a companhia ter-se aliado com o grupo de varejo Sonae, dono da rede de supermercados Big, para a venda de computadores que podem ser configurados pelos usuários. A meta era elevar as vendas em até 30% em relação às 200 mil máquinas vendidas no ano passado.

O mercado brasileiro de computadores pessoais deve ficar estagnado em cerca de 3 milhões de unidades em relação a 2002, segundo levantamento da empresa de pesquisa IDC. No primeiro semestre de 2003, as vendas recuaram 12,6% em relação aos primeiros seis meses do ano passado.
 

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