Reuters
25/03/2005 - 23h08

FMI elogia economia brasileira, mas pede controle da inflação

da Reuters, em Washington

O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que a economia brasileira desfruta das melhores condições em anos no setor financeiro, mas pediu às autoridades para manterem a inflação sob controle.

Segundo o FMI, as políticas cautelosas do Brasil desde a crise financeira de 2002 estimularam "uma transformação significativa da economia", com notáveis melhora em renda, emprego, dívida pública e reservas internacionais.

"As condições do mercado financeiro são atualmente as melhores em muitos anos", disse o organismo multilateral de crédito em um relatório anual sobre a economia brasileira, divulgado dias após o país ter pago US$ 1,49 bilhão finais de um empréstimo de US$ 42 bilhões.

O FMI, com sede em Washington, informou que, apesar de as exportações terem liderado a recuperação, a demanda doméstica também cresceu significativamente em 2004.

O órgão elogiou as autoridades brasileiras pelo seu "feito substancial" de manter a inflação controlada em 2004, mas disse que o Banco Central deveria manter a atenção sobre o persistente alto núcleo da inflacionário.
"O desafio para o Banco Central é reduzir mais a inflação evitando um impacto no crescimento", segundo o fundo. "A recente valorização do real ao lado de crescentes taxas de juros e o ritmo mais baixo de atividade podem contribuir para desacelerar a inflação nos próximos meses."

O Banco Central brasileiro aumentou a taxa de juros sete vezes consecutivas até este mês, enquanto a economia do país cresceu 5,2 por cento em 2004, o maior índice em uma década.

No relatório, o FMI não comentou sobre o futuro do programa de empréstimos ao Brasil, que termina quinta-feira, 31 de março. Apesar de o Brasil não descartar outro acordo com o FMI para um empréstimo preventivo, o país pressionou por um novo mecanismo que daria acesso ao dinheiro do fundo em caso de uma crise financeira sem as condições fiscais e monetárias que acompanham empréstimos do FMI.

O atual acordo do Brasil com o FMI é de 1998, quando recebeu um pacote para assegurar os investidores de que poderia pagar sua dívida em meio a uma crise nos mercados emergentes.

No médio prazo, o FMI pediu ao Brasil para aliviar as restrições orçamentárias para deixar espaço a "programas prioritários", como os gastos sociais para redução da pobreza, uma prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

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