Reuters
10/07/2001 - 18h21

Debate sobre pesquisa de célula-tronco pode esquentar nos EUA

da Reuters, em Washington

O já acalorado debate sobre a pesquisa com células-tronco nos Estados Unidos pode esquentar ainda mais, com o governo Bush buscando uma posição conciliadora, enquanto a Igreja Católica defende que não existe nenhum acordo aceitável.

De um lado do debate, celebridades como o ator Michel J. Fox, que sofre com o mal de Parkinson, a atriz com diabete Mary Tyler Moore e o ator tetraplégico Christopher Reeve deram seu testemunho ao Congresso sobre os avanços médicos que podem ser feitos com o uso de células-tronco embrionárias.

Mas os oponentes, em especial o Departamento de Atividades Pró-Vida da Igreja Católica, alguns adversários do aborto e outros membros antiaborto do Congresso alertaram que nenhuma pesquisa que destrói embriões humanos receberá aprovação.

No meio-termo está a Casa Branca, onde o porta-voz presidencial Ari Fleischer vem sendo questionado diariamente sobre quando o presidente George W. Bush vai decidir se esse tipo de pesquisa pode continuar sendo desenvolvida.

"O presidente é um homem muito corajoso e vai considerar com cuidado todos os lados da questão, prestar atenção ao que está escutando e avaliar a questão seriamente", disse Fleischer.

O que está em discussão é se o financiamento federal deve ser empregado nesse tipo de pesquisa.

A administração de Bill Clinton aprovou diretrizes que abririam caminho para isso, mas em fevereiro Bush ordenou uma revisão desta política e em abril seu governo cancelou o primeiro encontro de uma comissão dos Institutos Nacionais de Saúde que iria considerar propostas de pesquisa para concessão de financiamento federal para o estudo de células-tronco embrionárias.

"O presidente entende a promessa de ciência nessa questão", disse Fleischer na segunda-feira. "A ciência tem a ver com vidas humanas. O presidente também respeita uma cultura da vida. Isso também é sobre vidas."

As células-tronco embrionárias são uma espécie de "células-mestres" que se formam logo após a fertilização de um óvulo humano. Elas podem dar origem a diferentes tipos de células e podem ser uma promessa no tratamento de diversas doenças como Alzheimer, Parkinson, diabete e lesões na medula espinhal.
 

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