Reuters
06/04/2001 - 21h03

Bush diz que acordo com a China está próximo

da Reuters, em Washington

O presidente norte-americano, George W. Bush, disse que Estados Unidos e China estão ``fazendo progressos'' a respeito da volta da tripulação do avião de espionagem que fez um pouso forçado depois de se chocar no ar com um avião chinês, no último domingo.

Segundo Bush, os dois países estão próximos de chegar a uma versão comum a respeito do incidente, que abriu uma crise nas relações bilaterais.

``Estamos trabalhando duro para trazer (os tripulantes) para casa, por meio de intensas discussões com o governo chinês. Achamos que estamos fazendo progressos'', disse Bush hoje.

Seus comentários refletem um clima de otimismo cauteloso em Washington depois que um general norte-americano encontrou-se pela segunda vez com os 24 tripulantes do avião de espionagem da Marinha, que está na ilha de Hainan, no sul da China.

O adido militar, brigadeiro Neal Sealock, disse por telefone a Bush, após a visita, que o comportamento dos tripulantes ``fariam o senhor se sentir realmente orgulhoso. Eles parecem bem''.

Após conversar com o Pentágono, a CIA e o Departamento de Estado, o presidente do comitê do Senado para assuntos militares, John Warner, disse que os EUA e a China estavam buscando uma ``versão comum'' por escrito do incidente, a ser aprovada por Bush e por seu colega chinês, Jiang Zemin.

Warner disse que a carta incluiria uma manifestação de pesar pela morte do piloto chinês. Ele disse que o documento não conteria um pedido de desculpa por parte dos norte-americanos, como quer a China.

Como parte da negociação diplomática, o embaixador chinês em Washington, Yang Jiechi, reuniu-se com o subsecretário de Estado, Richard Armitage, na sexta-feira, a pedido da China.

Em Haikou, capital da ilha de Hainan, Sealock disse que os 21 homens e três mulheres da tripulação estão ``com boa moral'' e ''ansiosos para serem libertados e voltarem para casa''. Ao contrário da visita anterior, a de sexta-feira não foi acompanhada por autoridades chinesas.

A China acusa os EUA de terem atingido seu avião. Hoje, um piloto chinês que voava em outro avião na mesma missão disse que os norte-americanos fizeram um movimento brusco em direção ao jato que era conduzido por Wang Wei.

O Pentágono diz que o avião americano é muito grande e pesado para fazer esse tipo de movimento. O avião levava equipamentos especiais para espionagem, que foram confiscados pelos chineses.

O governo chinês disse que a expressão de pesar é ``um passo na direção correta''. A porta-voz da chancelaria disse, porém, que a posição do seu país é clara: ``Os EUA devem admitir completa responsabilidade, pedir desculpas ao povo chinês e tomar medidas efetivas e sinceras para evitar novos incidentes semelhantes''.

Em visita à América Latina, Jiang Zemin disse que já visitou vários países, ``e em vários deles eu vi que é normal as pessoas pedirem perdão ou dizerem 'desculpe' quando esbarram em alguém na rua''.


 

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