Reuters
11/07/2001 - 11h37

Alemães dão adeus à mulher de Helmut Kohl

da Reuters, em Speyer (Alemanha)

Centenas de alemães se despediram hoje da mulher do ex-chanceler Helmut Kohl, Hannelore, que se matou na última semana por não suportar mais uma rara doença que a impedia de se expor à luz.

Uma multidão de alemães anônimos, vários vestindo preto e levando flores, apareceu na catedral de Speyer (sudoeste da Alemanha). O caixão dela permaneceu fechado, junto a coroas de flores, no centro da imponente catedral.

Dezenas de amigos e políticos, entre eles o chanceler Gerhard Schroeder e o ex-presidente Roman Herzog, deveriam comparecer na tarde de quarta-feira à catedral, um local freq entado por Kohl desde a juventude.

"Ela deu à nossa família toda sua energia, seu amor e sua devoção. Ela serviu nosso país de maneira incomparável e fez o bem aos seus companheiros sempre que pôde", dizia o folheto distribuído na igreja.

O último líder soviético, Mikhail Gorbatchev, amigo íntimo do casal Kohl, não pôde comparecer. Sua mulher, Raisa, morreu na Alemanha em 1999.

Hannelore Kohl seria enterrada no final da tarde no mausoléu da família, na vizinha cidade de Ludwigshafen, onde o casal viveu durante 41 anos. Ela sofria de uma alergia que a obrigava a viver confinada em seu quarto escuro para não ter dolorosas erupções na pele.

Kohl, de 71 anos, hoje um discreto membro da bancada conservadora no Parlamento, parece ter sido duramente atingido pela perda da mulher, em um momento em que ele luta para limpar seu nome devido a um escândalo de financiamento ilegal do seu partido.

"Seria difícil se ela tivesse morrido devido à doença, mas seria mais fácil para ele superar. Não sei como o velho vai lidar com isso", disse Eduard Ackermann, ex-porta-voz de Kohl e amigo da família, à revista "Der Spiegel" (O Espelho).

Vários moradores da região que foram à catedral disseram que o escândalo político que envolveu Kohl provocou a doença de Hannelore. "Foi horrível como a imprensa foi atrás de Helmut Kohl. Machucou-a, também. Eu acho que não era só uma doença provocada pela luz", disse Waltrud Koehler, de 61 anos, que esperou três horas sob a chuva na porta da igreja.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca