Iraque diz que sanções mataram 1,5 milhão no país
da Reuters, em BagdáO governo iraquiano afirmou à ONU (Organização das Nações Unidas) que mais de 1,5 milhão de pessoas morreram por causa da falta de medicamentos provocada pelos 11 anos de sanções impostas ao país, afirmou a agência de notícias iraquiana "INA".
"Desde a imposição das sanções até maio passado morreram 1.520.417 pessoas por causa da falta de medicamentos e equipamentos médicos", afirmou em uma carta o enviado do Iraque à ONU, Mohammed Aldouri. A carta foi remetida ao secretário-geral da entidade, Kofi Annan.
Segundo a denúncia, publicada pela INA, 622.887 crianças com menos de 5 anos morreram de diarréia, pneumonia e doenças respiratórias relacionadas com a desnutrição. Outras 897,530 pessoas com mais de 5 anos morreram de problemas no coração, câncer e diabetes.
O governo iraquiano também acusou os EUA e o Reino Unido de impedir a chegada ao país de medicamentos essenciais.
"O Iraque recebeu apenas 50,87% dos medicamentos, vacinas e equipamentos médicos previstos segundo o programa petróleo-por-comida", alega a carta.
"Sob pressão dos enviados norte-americanos e britânicos, o Conselho de Segurança da ONU congelou 222 contratos vitais para esse setor", afirma.
As sanções, impostas como punição pelo fato de o Iraque ter invadido o Kuait em 1990, arruinaram a infra-estrutura do país e provocaram uma queda no nível de vida.
O programa petróleo-por-comida permite que o Iraque venda petróleo a fim de comprar comida, alimentos e outros suprimentos para aliviar o impacto das sanções.