Parlamento croata debate cooperação com tribunal da ONU
da Reuters, em Zagreb (Croácia)O Parlamento da Croácia se reúne a portas fechadas hoje para debater a eventual cooperação do país com o tribunal de crimes de guerra da ONU (Organização das Nações Unidas), uma questão que opôs nacionalistas e reformistas na semana passada.
Os nacionalistas, que perderam o poder na eleição de janeiro de 2000, são contrários à entrega de dois generais do Exército croata ao tribunal internacional. Os oficiais são acusados de crimes de guerra.
O gabinete do país optou no final de semana por atender ao pedido da corte da ONU. O tribunal pediu por meio de documentos secretos a prisão e a extradição dos suspeitos.
Quatro ministros, todos membros do Partido Social Liberal, renunciaram a seus cargos devido à postura adotada pelo governo.
O desenrolar dos fatos obrigou o primeiro-ministro Ivica Racan a requerer que o Parlamento vote uma moção de confiança. A moção deve ser analisada no domingo.
O principal partido nacionalista do país, a União Democrática Croata (HDZ), à qual pertencia o presidente Franjo Tudjman, já morto, pediu que a cooperação com o tribunal da ONU passasse antes por um debate parlamentar.
Alguns deputados afirmam que os oficiais seriam punidos apenas por terem ocupado altos cargos durante a guerra. Os parlamentares também pediram que o governo os informe claramente sobre o conteúdo das acusações, que continua sendo mantido em segredo.
A coalizão que sustenta Racan detém a maior bancada do Parlamento e, segundo analistas, deve conseguir afastar as exigências da HDZ. Os nacionalistas afirmaram que não realizarão protestos ou bloqueios de rua, por enquanto.