Reuters
13/07/2001 - 18h07

Entenda algumas dúvidas científicas sobre o Protocolo de Kyoto

da Reuters, em Amsterdã

A Organização das Nações Unidas retomará na próxima semana em Bonn as discussões sobre as mudanças climáticas do Protocolo de Kyoto.

As conversas, que focam os cortes na emissão de dióxido de carbono por nações industrializadas para reduzir o aquecimento global, estarão voltadas para o cenário político.

No entanto, elas são conduzidas pela ciência por trás do aquecimento global e por projeções incertas acerca das mudanças consequentes. Seguem abaixo algumas questões importantes sobre a mudança climática.

  • O aquecimento global é real?

    Um relatório divulgado no início do ano pelo corpo científico da ONU, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, notificou que provavelmente a década de 90 tenha sido a mais quente da história e 1998, o ano mais quente desde o início de registros confiáveis em 1861.

    A temperatura média global no século 20 subiu 0,6ºCelsius, podendo ter uma variação tanto para cima como para baixo de 0,2ºC, principalmente durante os períodos entre 1910-1945 e 1976-2000.

  • Todos os cientistas concordam?

    Não. É muito difícil encontrar registros confiáveis de temperatura em um longo prazo.

    Alguns criticam o relatório do painel dizendo que as mudanças climáticas do século 20 estão dentro dos limites de variação regular. Outros citam a imperfeição dos dados de pesquisas, e acreditam que apenas as temperaturas de superfície não proporcionam a melhor forma de medir as mudanças climáticas.

  • O que é o efeito estufa?

    O efeito estufa é baseado em modelos físicos que mostram que a concentração de certos gases, incluindo o dióxido de carbono, metano, óxido de nitrogênio, vapor d'água e clorofluorcarbono (CFCs), contribuem para retenção do calor solar na atmosfera terrestre.

    O relatório indica que as emissões de dióxido de carbono, podendo ser natural ou produto da combustão de combustíveis fósseis, estão aumentando e vão intensificar o efeito estufa.

    Críticos dizem que a relação entre a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e o aumento da temperatura não é provada.

  • A temperatura continuará subindo?

    O relatório prevê que a temperatura média de superfície global subirá de 1,4ºC a 5,8ºC no período entre 1990 e 2100. As projeções são baseadas sobre estimativas de crescimento da concentração de gases que resultam no efeito estufa e modelos climáticos de computadores.

    No entanto, pesquisadores apontam que modelos climáticos são uma ciência inexato, desde que muitos aspectos do tempo não são completamente compreendidos, incluindo os impactos das nuvens, que podem ter efeitos tanto de aquecimento quanto de resfriamento.

  • Outras mudanças são esperadas?

    O painel intergovernamental espera que os níveis dos oceanos subam de 0,09 a 0,88 metro até 2100, à medida em que coberturas de gelo e geleiras derretem e o aumento da temperatura causa uma expansão da água. Oceanos com níveis mais alto de água podem colocar inúmeras nações insulares em risco e ameaçar populações costeiras.

  • Podemos evitar as mudanças?

    O Protocolo de Kyoto é um esforço para tentar refrear a produção humana de dióxido de carbono, embora mesmo alguns defensores do protocolo admitam que seu impacto será pequeno sobre a mudança climática, e que a produção de dióxido de carbono deveria ser reduzida em 60 por cento para estabilizar o aquecimento global.

    Mas outros defensores dizem que o protocolo é o primeiro passo na diminuição da poluição, desligamento do crescimento econômico ao uso de combustíveis fósseis e procura por fontes renováveis de energia.
     
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