Reuters
13/07/2001 - 19h44

Relatório diz que energia renovável é essencial para os pobres

da Reuters, em Bruxelas

Energias "verdes", como a solar e a eólica, podem ter um importante papel na melhora das condições de vida das pessoas mais pobres, segundo um relatório a ser entregue aos líderes do países mais importantes do mundo, reunidos em Gênova, na Itália, no fim-de-semana.

O relatório, que tem entre seus redatores Mark Moody-Stuart, presidente da gigante anglo-holandesa Royal Dutch/Shell, diz que os países do G8 devem ter como meta fornecer energias renováveis ao 1 bilhão de pessoas mais pobres do planeta.

O relatório aparece em um momento sensível da política mundial para energia e meio-ambiente. A cúpula do G8 coincide com uma reunião da ONU em Bonn, na Alemanha, para tentar salvar o Pacto de Kyoto, que prevê a redução de poluentes que causam o aquecimento global e foi abandonado pelos Estados Unidos em março.

Tecnologias "verdes" -que não produzem a emissão de tais poluentes- podem ajudar a fornecer energia a 2 bilhões de pessoas que não têm acesso a ela, sem criar problemas ambientais, diz o documento.

As conclusões são resultado de um ano de trabalho de uma comissão criada pelo G8 (os sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia) em sua reunião de Okinawa, no Japão.

Os países desenvolvidos já retiram 36% de sua energia da queima de biomassa, principalmente lenha. O relatório diz que há grande potencial para esses países desenvolverem fontes acessíveis de eletricidade a partir de recursos renováveis.

"Em regiões remotas, que não são servidas por eletricidade e/ou infra-estrutura de combustíveis fósseis, os sistemas de energia renováveis podem ser a única opção economicamente viável."

Até 300 milhões de pessoas que vivem em áreas rurais poderão usar eletricidade de fontes renováveis até o final da década, caso os países mais ricos cumpram sua parte, segundo o relatório.

Os países desenvolvidos, de acordo com o texto, devem garantir que seus sistemas de crédito e ajuda internacional dêem apoio a tais tecnologias, além de usá-las em seus mercados internos. Para isso, devem retirar subsídios a "tecnologias ambientalmente danosas".

Ativistas ambientais receberam bem o esboço de relatório, mas demonstraram preocupação quanto à possibilidade de que as palavras se transformem em ações.

Em um comunicado, uma coalizão de grupos de defesa do meio-ambiente disse ter sinais de que os Estados Unidos não vão endossar a meta de servir 1 bilhão de pessoas, e que o Canadá vai se posicionar contra um trecho que aponta para a desativação das usinas nucleares.
 

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