Vaticano ameaça arcebispo-exorcista africano de excomunhão
da Reuters, no VaticanoO Vaticano deu hoje ao arcebispo africano Emmanuel Milingo um mês para se separar de sua mulher e deixar a seita do reverendo Sun Myung Moon. Caso contrário, ele será excomungado.
A Congregação para a Doutrina da Fé, órgão responsável pela disciplina dos sacerdotes católicos, deu até 20 de agosto para que Milingo:
"a) deixe Maria Sung; b) rompa todos os laços com a seita Federação Família pela Paz e Unificação Mundial; c) declare publicamente sua fidelidade à doutrina e à disciplina eclesiástica do celibato e manifeste sua obediência ao Sumo Pontífice com um ato claro e inequívoco."
"Caso o arcebispo Milingo não aja formalmente até 20 de agosto de 2001 para cumprir o que dele se requer, a excomunhão reservada à Santa Sé será imposta", disse o Vaticano em seu boletim diário.
France Presse - 27.mai.2001 |
![]() |
Milingo e Maria Sung durante seu casamento |
Milingo, de 71 anos, um religioso que provoca polêmica por suas curas e exorcismos, casou-se em 27 de maio com a acupunturista coreana Maria Sung, de 43, no salão do hotel Hilton de Nova York, em uma cerimônia coletiva presidida pelo próprio reverendo Moon, que também escolheu a noiva para Milingo.
Após o casamento, Milingo, da Zâmbia, disse a jornalistas que não temia a excomunhão. "Deus ainda está comigo. Amo minha igreja." Mas ele reconheceu que seria julgado e posto contra a parede pelo Vaticano.
Seu casamento foi mais um dos constrangimentos causados pelo arcebispo à cúpula católica. Desafiando os bispos diocesanos da Itália, ele continuava oficiando missas coloridas em que o exorcismo era o ponto alto.
Em setembro do ano passado, Milingo, que desde 1983 vivia em Roma, foi discretamente demitido de seu posto na Santa Sé. Dois meses depois, o Vaticano impôs normas severas contra o curandeirismo e o exorcismo.