Reuters
18/07/2001 - 10h38

EUA ficam na linha de fogo em cúpula sobre clima na Alemanha

da Reuters, em Bonn (Alemanha)

Os Estados Unidos, o maior emissor do mundo dos gases que provocam o efeito estufa, pareciam isolados hoje, no terceiro dia do encontro da ONU sobre aquecimento global que acontece na ex-capital da Alemanha Ocidental, Bonn.

O Japão, um país-chave na disputa entre a Europa e os Estados Unidos -depois que o presidente George W. Bush rejeitou o tratado de Kyoto sobre clima em março-, disse que não esperaria pelos EUA para colocar o pacto em vigor.

Bush, que enfrentará uma onda de desaprovação quando chegar à Europa nesta semana para a reunião do G8 na Itália, mantém sua opinião de que o tratado de 1997, que visa cortar a poluição atmosférica, é injusto e impossível de ser realizado.

O acordo prevê que os países industrializados cortem em 5,2% os níveis de 1990 da emissão de gases que causam o efeito estufa até o ano de 2012.

Em Washington, o senador democrata que concorreu à vice-presidência no ano passado, Joseph Lieberman, declarou na terça-feira que Bush fez de seu país uma espécie de "renegado" ao rejeitar o tratado de Kyoto.

As ameaças de líderes da União Européia (EU) de implementar o Protocolo de Kyoto no resto do mundo, independentemente dos Estados Unidos, dependem, de fato, do apoio japonês para conquistar a maioria das potências industriais para o acordo. Os europeus acreditam que isto faria com que Bush cedesse.

O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, está ansioso para que um acordo levando o nome da antiga capital de seu país, Kyoto, não acabe, mas, ao mesmo tempo, ele deixou claro que não deseja ver seu poderoso aliado isolado.

Sua ministra do Meio Ambiente, porém, disse na terça-feira em Bonn que Tóquio não seguraria a implementação do pacto no ano que vem se Bush não fosse convencido a participar.

"É muito importante que todos os países combatam o aquecimento global sob a mesma norma e, portanto, a participação dos Estados Unidos seria o melhor cenário", disse a ministra Yoriko Kawaguchi, afirmando, contudo, que seu país não tem a intenção de atrasar o início do pacto.

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