Reuters
12/03/2002 - 00h00

Timor Leste resolve impasse que ameaçava eleição no país

da Reuters, em Díli (Timor Leste)

Um impasse político que ameaçava as primeiras eleições presidenciais em Timor Leste, marcadas para abril, foi resolvido, segundo informou na terça-feira o chanceler José Ramos-Horta.

O líder da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente, Xanana Gusmão, ameaçou na semana passada, não concorrer ás eleições se a cédula trouxesse o logotipo dos nove partidos que o apóiam. Ele disse que assim perderia sua independência política.

Reuters - 9.mar.2002
Xanana Gusmão, líder da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente)

O único adversário de Xanana, Francisco Xavier do Amaral, abriu mão do uso dos símbolos, segundo anunciou Ramos-Horta, Nobel da Paz que participa do governo transitório da ONU, comandado pelo brasileiro Sérgio Vieira de Melo.

Xanana Gusmão não comentou o acordo. Mas na semana passada ele disse que não tinha vontade de ser o primeiro presidente de Timor Leste, uma ex-colônia portuguesa ocupada pela Indonésia entre 1975 e 99, e que ficará independente em 20 de maio.

Amaral é o candidato do Partido Republicano Nacional de Timor Leste (Parentil), uma agremiação juvenil formada em fevereiro. Ele também é ligado à Associação Social-Democrata Timorense, que tem seis cadeiras na Assembléia Constituinte.

"Considerando que a confusão poderia retardar a independência, decidi retirar esse obstáculo", disse Amaral em entrevista coletiva. A comissão eleitoral havia determinado que, se um candidato colocasse logotipos na cédula, o outro deveria fazê-lo também.

A eleição acontece em 14 de abril, e Xanana é amplo favorito, apesar de declarar sua torcida por Amaral. Horta disse que a posição de Xanana confunde a juventude, que obedecia às suas ordens durante a resistência ao regime indonésio.

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