Reuters
27/06/2001 - 00h00

Líder timorense critica cartazes de "procurados" com nome de milicianos

da Reuters, em Dili (Timor Leste)

O principal líder da independência de Timor Leste, Xanana Gusmão, acusou hoje os membros australianos da força de paz internacional de colocar em perigo o processo de reconciliação no país ao espalhar cartazes de "procurados" com os nomes de três milicianos pró-Indonésia.

"Aceitamos os motivos da PKF (força de paz) para pregar esses pôsteres, ou seja, para proteger as forças australianas e a população local. Mas essa não é uma boa forma de obter a reconciliação e a justiça", disse Gusmão.

Os cartazes foram afixados nesta semana nas cidades de fronteira Balibo e Batugade, encorajando moradores locais e delatar os três membros da milícia Halilintar.

Gusmão afirmou não conhecer os três milicianos e criticou os australianos pelo fato de a medida ter sido tomada sem que ele ou outros líderes da independência de Timor Leste fossem consultados.

"Esse tipo de coisa cria problemas maiores para a população", disse Gusmão. "Esse tipo de coisa é muito ruim para a reconciliação."

As milícias pró-Indonésia, com o apoio de alguns membros do Exército indonésio, atacaram em 1999 a população de Timor Leste depois da decisão pela independência tomada em um plebiscito.

Desde então, o país encontra-se sob administração da ONU (Organização das Nações Unidas) e deve se tornar completamente independente em 2002.

Alguns milicianos foram levados a julgamento em cortes recém-criadas em Timor Leste, mas a maior parte deles fugiu para o vizinho Timor Oeste ou para outras regiões da Indonésia.

 

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