Reuters
23/07/2001 - 17h10

Engarrafadora da Coca nega acordo com paramilitares na Colômbia

da Reuters, em Bogotá

A Panamco, principal empresa engarrafadora da Coca-Cola na Colômbia, negou acusação feita em um processo norte-americano de usar grupos paramilitares para intimidar sindicalistas.

A empresa informou ainda não foi formalmente notificada da ação apresentada a um tribunal da Flórida na sexta-feira, mas seus advogados já estão estudando o processo para definir se as acusações podem ser consideradas difamatórias.

A ação foi movida pela United Steelworkers of America e pelo International Rights Fund, em nome do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia da Colômbia e do espólio de um funcionário supostamente assassinado por paramilitares.

A ação diz que sindicalistas nas engarrafadoras da Coca-Cola são sistematicamente intimidados, sequestrados e mortos.

"Já rejeitamos e continuamos a rejeitar enfática e totalmente qualquer insinuação, que só podemos conceber como fruto de má-fé, vinculando esta empresa a grupos ilegais ou a práticas proibidas e punidas pela lei colombiana", disse o gerente de assuntos legais e públicos da Panamco, Juan Carlos Dominguez.

A Panamco é uma dos várias empresas acusadas no processo, ao lado da própria Coca-Cola.

A empresa, com direito de engarrafar o refrigerante em 95% da Colômbia, tem entre seus acionistas a própria gigante norte-americana.

A ação acusa os implicados de "contratar forças de segurança paramilitares que utilizaram extrema violência e assassinaram, torturaram, detiveram ilegalmente ou de outra maneira silenciaram líderes sindicais dentro das instalações dos acusados".

Não é raro que os paramilitares, cujo principal inimigo são as guerrilhas de esquerda, tenham sindicalistas como alvos de assassinatos. Financiados por pecuaristas, ricos empresários e cada vez mais por narcotraficantes, os paramilitares preenchem um vácuo de segurança deixado pelo governo, incapaz de combater os guerrilheiros.

Cerca de 40 mil pessoas, a maioria civis, foram mortos na última década na guerra civil que envolve esses grupos. O governo do presidente Andrés Pastrana diz que está combatendo os paramilitares e tentando romper suas relações com a polícia e as Forças Armadas.

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