Reuters
24/07/2001 - 21h52

Acordo sobre armas dos EUA com Rússia salva viagem de Bush

da Reuters, em Roma

Um anúncio conjunto entre Rússia e Estados Unidos sobre armas salvou a viagem do presidente George W. Bush à Europa, que terminou hoje, e evitou que ele só seja lembrado pelos violentos protestos contra o G-8 e a discordância norte-americana em relação ao Tratado de Kyoto, que prevê o combate ao aquecimento global.

Os analistas consideram que o acordo alcançado no final de semana por Bush e o presidente russo, Vladimir Putin _de vincular a defesa antimísseis a uma redução de armas nucleares_ foi o principal êxito de sua viagem à Europa.

Outros fatos que marcaram a segunda visita de Bush à Europa desde que assumiu a presidência em janeiro foram o encontro como papa João Paulo 2° e uma viagem a Kosovo para saudar as forças de paz e discutir o papel dos EUA nos Balcãs.

Debate

O diretor do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos de Londres, John Chipman, disse que o encontro entre Bush e Putin foi muito importante.

"Agora temos um novo e alto nível de debate estratégico", afirmou, indicando que o acordo também ajudará Bush em seu empenho por conseguir apoio para sua proposta de construir um sistema antimísseis para os EUA, muito criticado por outros países do G-8, que reúne os EUA, os 6 países mais ricos do mundo e a Rússia.

Bush argumenta que o Tratado de Mísseis Balísticos de 1972 é uma relíquia obsoleta da Guerra Fria. Em Gênova, ele pôde expor suas idéias aos colegas. Segundo um funcionário dos EUA, o premiê britânico, Tony Blair, e o italiano, Silvio Berlusconi, reconheceram a necessidade de se buscar uma nova maneira de pensar sobre o assunto, embora não tenham emitido opinião favorável ou não sobre o tema.

Relações

Apesar da discordância em relação ao Tratado de Kyoto sobre aquecimento global, ao qual Bush se opôs, funcionários da Casa Branca disseram que ele conseguiu grandes avanços para melhorar suas relações pessoais com outro líderes na Europa.

O presidente francês, Jacques Chirac, e o chanceler alemão, Gerhard Schröder, criticaram a postura dos EUA, que como maior poluidor do mundo se recusou a ratificar o tratado comprometendo-se a diminuir a emissão de gases poluentes alegando motivos econômicos.

Bush defendeu-se argumentando que os Estados Unidos estão trabalhando localmente para reduzir as emissões de gases e declarou que o país estava estudando o problema para encontrar uma boa solução global.

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