Missão de paz na Macedônia começa com perspectiva de fracasso
da Reuters, em Skopje (Macedônia)Líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos) e da União Européia (UE) chegaram hoje à Macedônia em mais uma tentativa de impedir uma escalada da guerra civil. Sua missão, porém, pode fracassar: um comandante dos rebeldes albaneses disse que não pretende cumprir os termos de um cessar-fogo assinado esta semana.
O secretário-geral da Otan, George Robertson, afirmou ao chegar que os guerrilheiros haviam começado a se retirar de áreas próximas à cidade de Tetovo, como previsto no acordo.
Mas um líder do Exército de Libertação Nacional (NLA) disse que seus homens não recuariam porque não pretendem deixar a população civil desprotegida.
Robertson disse que ele e o diretor de política externa da UE, Javier Solana, sabem da importância de sua visita para reavivar as negociações de paz. "Se conseguirmos colocar as negociações de volta aos trilhos, então espero que consigamos salvar este país da matança e carnificina que se tornaram a marca das guerras civis dos Bálcãs."
Ontem, a Otan intermediou um compromisso de cessar-fogo entre o governo de Skopje e o NLA. Pelo acordo, os rebeldes deixariam vilarejos numa estrada nos arredores de Tetovo, sob a condição de que a região seria transformada em zona desmilitarizada. Essa área foi o cenário de duras batalhas no início da semana.
"Disseram-me que a retirada já está em andamento", disse Robertson. Mas o comandante rebelde Leka, que deveria liderar a retirada, disse que não poderia levar o plano adiante.
"Não, não nos retiramos, isso é impossível", disse Leka, 35, ex-combatente de grupos albaneses de Kosovo. "Não podemos deixar mulheres e crianças nas mãos de ´tigres e lobos´", disse ele, referindo-se aos nomes das forças especiais da Macedônia.
"As pessoas nos pediram que as ajudassem, e estamos aqui para isso."
As chances de avanços reais no diálogo, após cinco meses de conflito e tréguas desrespeitadas, parecem pequenas. Diplomatas ocidentais têm feito esforços para evitar um conflito étnico de larga escala na ex-república iugoslava, mas tiveram pouco êxito até agora. Os rebeldes do NLA dizem estar lutando para melhorar os direitos e condições de vida da população minoritária de etnia albanesa da Macedônia.
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