Reuters
26/07/2001 - 13h47

Israel treinou mergulhadores em águas contaminadas, diz estudo

da Reuters, em Jerusalém

Israel mandou por décadas que milhares de integrantes de sua Marinha mergulhassem e treinassem em águas contaminadas apesar de avisos feitos na época, afirmou uma comissão do governo hoje.

O painel, que investiga a alta taxa de câncer entre ex-mergulhadores da Marinha, afirmou que os militares sabiam do perigo representado pelos produtos químicos encontrados no rio Kishon desde os anos 1950.

Mas a Marinha continuou a treinar seus homens no local até os anos 90, mesmo depois de autoridades terem descrito o local como "um esgoto a céu aberto".

"O sistema falhou duas vezes", disse à Rádio Israel Yoram Aviram, advogado de alguns dos mergulhadores. "Uma vez, quando enviou os combatentes para mergulhar no Kishon e os expôs a materiais cancerígenos. Uma segunda vez, quando negou-se a assumir a responsabilidade por isso."

A comissão, composta por três pessoas, pediu que a Marinha interrompa imediatamente as operações de mergulho no Kishon e que as autoridades civis impeçam o despejo ilegal de lixo tóxico no local.

As Forças Armadas de Israel começaram a investigar o caso no ano passado. Em um comunicado, os militares disseram que avaliariam o relatório final e adotariam suas recomendações.

O painel, liderado por Meir Shamgar, ex-presidente da Suprema Corte do país, deve agora avançar em suas investigações a fim de descobrir se a poluição no Kishon foi a responsável direta pelos casos de câncer verificados entre os mergulhadores da Marinha.

Um segundo relatório, feito com base em exames médicos feitos atualmente nos mergulhadores, deve ser divulgado dentro de alguns meses.

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