Continental e Goodyear são processadas por queda de Concorde
da Reuters, em Houston (EUA)Parentes de cinco tripulantes franceses mortos no acidente com o Concorde da Air France no ano passado estão processando a Continental Airlines e a fabricante de pneus Goodyear por negligência, o que supostamente teriam provocado a tragédia.
As famílias de quatro comissários de vôo e do co-piloto a bordo do Vôo 4590 da Air France entraram com um processo contra a Continental por suposta falha na manutenção que deixou uma tira de metal na pista do Concorde.
O processo, por danos não especificados, foi aberto ontem, exatamente um ano depois do acidente e dois dias depois do lançamento de um relatório provisório feito por investigadores franceses.
O relatório provisório confirmou a descoberta inicial de que o jato supersônico sofreu o primeiro acidente de sua história após passar sobre um fragmento de metal na pista.
O Conselho de Investigação de Acidentes da França concluiu que uma tira de metal furou o pneu, lançando fragmentos no tanque de combustível e causando o fogo segundos depois da decolagem no aeroporto Charles de Gaulle, na Grande Paris, em 25 de julho de 2000.
O relatório ressaltou que os investigadores não entenderam perfeitamente a mecânica de como o tanque explodiu.
O jato deixou um rastro de fogo antes de cair em um hotel em Gonesse, causando a morte de todas as 109 pessoas a bordo e de quatro pessoas em terra.
Tanto a Continental, com sede em Houston, como a Goodyear, com sede em Akron em Ohio, negaram qualquer responsabilidade pelo acidente.
"Expressamos nossa solidariedade para com as vítimas do acidente, mas não vemos como a Continental tem responsabilidade por isso", disse o porta-voz da Continental, David Messing.
O porta-voz da Goodyear, Chris Aked, disse que a investigação indicou que não havia nada de errado com os pneus e que uma tira de metal causou o furo e não um defeito.
"Nós obviamente exprimimos nossos pêsames com todas as vítimas, mas estamos muito certos sobre a qualidade e a integridade de nossos pneus", disse Aked.
Leia mais no especial Risco no Ar