Reuters
30/07/2001 - 20h05

Deputado crê que Bush possa mudar de idéia sobre células-tronco

da Reuters, em Washington

Um líder republicano no Congresso sugeriu, no domingo, que o presidente norte-americano George W. Bush pode abandonar sua oposição a pesquisas com células-tronco sem grandes consequências políticas.

"Na minha opinião, os norte-americanos querem que o presidente avalie o assunto e apresente evidências sólidas para a decisão que tomar", disse Dennis Hastert, presidente da Câmara dos Deputados.

Bush enfrenta dificuldades políticas para decidir sobre a permissão de financiamento federal para pesquisas com células-tronco.

Durante a campanha presidencial e em maio deste ano, o presidente manifestou forte oposição à pesquisa "que implica na destruição de embriões humanos vivos".

À medida que se aproxima da tomada de uma decisão, pressionado por todos os lados por um debate extremamente emocional, Bush está sendo considerado indeciso sobre o caminho a seguir.

"Na minha opinião, o presidente enfrenta dificuldade neste assunto e está tentando encontrar a resposta correta", disse Hastert.

Na semana passada, o papa João Paulo 2º advertiu Bush sobre os perigos da pesquisa com células-tronco. A decisão do presidente poderia afetar seu prestígio junto a eleitores católicos, considerados um grupo oscilante nos Estados Unidos.

Hartert enfatizou a necessidade de considerar alternativas como pesquisas com células-tronco humanas adultas.

Para o ator Christopher Reeve, paralisado desde que sofreu um acidente num cavalo, seria "um grande erro porque poderíamos gastar os próximos cinco anos em pesquisas com células-tronco adultas para verificar que não são capazes de fazer o que já sabemos que as embrionárias fazem".

"Enquanto isso, muitas pessoas vão morrer", disse Reeve em entrevista à CNN.

Os defensores das pesquisas afirmam que as células-tronco, retiradas de embriões congelados que seriam destruídos, oferecem esperança para o tratamento de doenças como Parkinson, Alzheimer e ferimentos na medula.

Aqueles que se opõem, principalmente a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, sustentam que esse tipo de pesquisa destrói vidas humanas e não deveria ter financiamento federal.
 

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