Reuters
02/08/2001 - 18h33

Marinha dos EUA volta a testar armas em ilha de Porto Rico

da Reuters, em San Juan (Porto Rico)

Navios de guerra norte-americanos voltaram a fazer disparos hoje no campo de testes de Vieques, uma ilha ao lado de Porto Rico, enquanto manifestantes locais diziam ter entrado na área de segurança para tentar evitar os treinos de guerra.

Líderes políticos e comunitários pediram à Marinha que suspendesse o treinamento, após a população local aprovar em um referendo o fim imediato das manobras, no último domingo.

Grupos de protesto disseram que sete manifestantes entraram no campo de provas e que mais ativistas fariam o mesmo. Eles disseram que a desobediência civil vai acontecer durante os dez dias de treinamento.

"O governo dos EUA age como as ditaduras que tanto critica", disse Robert Rabin, da Comissão para o Resgate e Desenvolvimento de Vieques. "A Marinha começou seus bombardeios hoje apesar da posição da governadora de Porto Rico, do prefeito de Vieques e da população local."

A instalação militar norte-americana começou a ser alvo de críticas em Porto Rico (Estado associado aos EUA) desde que um guarda morreu por causa das manobras, há dois anos. O Pentágono diz que Vieques, usada há 60 anos para treinamentos, é vital para a preparação militar norte-americana.

Os moradores dizem que as bombas prejudicam a qualidade do ar e da água da ilha de 13,4 mil hectares e provoca problemas de saúde. No referendo de domingo, sem força de lei, quase 70% dos eleitores pediram o fim dos testes.

O presidente George W. Bush disse que a base continuará sendo usada até que a Marinha encontre outro lugar adequado, no máximo em 2003. Ontem, uma comissão da Câmara tornou essa promessa difícil de cumprir, exigindo mais rigor na escolha de um novo campo.

Autoridades da Marinha disseram hoje que o local é muito bem guardado e nenhum invasor havia sido achado. Segundo os manifestantes, os invasores _professores, um jornalista, um médico e um advogado_ vão tentar interromper as manobras e em seguida fugir da área de segurança.

Segundo o Pentágono, o exercício, com a frota chefiada pelo porta-aviões Theodore Roosevelt, começou com o disparo de mísseis de 13 centímetros e outras munições. Por enquanto, não houve o lançamento de bombas falsas por aviões.

Os 2.000 militares submetidos a esse treinamento serão em seguida enviados para a vigilância do golfo Pérsico e do Mediterrâneo.

Amanhã, haverá simulação de bombardeios aéreos, desembarque de marines e treinamento de disparos dos navios para a costa.
 

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