Reuters
02/08/2001 - 21h52

Rave ecológica começa em Manaus com lua cheia, tecno e menos DJs

da Reuters, em Manaus

Uma megafesta de cara ecologicamente correta começa em plena floresta amazônica a partir desta quinta-feira de lua cheia. Localizada numa área degradada da floresta a 15 minutos de Manaus, a Ecosystem 1.0 traz shows de alguns dos maiores expoentes da música eletrônica mundial.

Outros astros das pick-ups, como Africa Bambaataa, o brasileiro rei do drum'n'bass Marky Mark e os DJs Spooky e Dimitri ficaram de fora, alegando cansaço, agenda lotada ou visto negado pelo governo brasileiro.

A dupla alemã Air Liquid vem, mas tomou um susto - a turbina do avião em que os dois DJs voavam de Frankfurt para Berlim pegou fogo. "Eles garantiram que estarão em Manaus no sábado para um show que promete durar horas e será histórico", afirmou o produtor e DJ Soul Slinger, que mora em Nova York e idealizou o projeto.

"Estou exausto e tenho uma lista imensa de probleminhas na cabeça, mas valeu a pena. Sei que vai ser maravilhoso", disse o DJ por telefone.

Slinger confirmou que já chegaram a Manaus todos os DJs japoneses (incluindo o DJ de jazz e hip-hop Krush e o de tecno Ken Ishii), além do paulistano Drumagick, dos indianos do State of Bengal.

O evento tem o apoio do Greenpeace e promete agitar o cenário noturno manauara vendendo ingressos a 5 reais. A idéia é conscientizar a população para preservar a área verde da floresta que ainda resta no terreno onde funcionava uma antiga pedreira e arrecadar fundos para projetos de ONGs (organizações não-governamentais) da região.

"A ecologia é parte da nova geração, a mesma que escolheu a música eletrônica como trilha sonora", disse Slinger, brasileiro radicado em Nova York e pai da idéia.

A rave vai durar quatro noites e acontecerá num terreno doado pela prefeitura a poucos minutos do centro de Manaus.

Tendas inspiradas em malocas indígenas, com tetos de palha e paredes de madeira reciclada, abrigarão as diversas tribos do festival, que abrangem do hip-hop ao jungle, passando pelo tecno e pelo drum'n'bass.

Uma área com som ambiente, redes de corda e esteiras de palha será armada para a confraternização geral da galera. A estimativa é que a ecofesta reúna até 9.000 pessoas por noite.

"Escolhemos Manaus porque a Amazônia é um assunto global", disse Slinger. "Mas evitamos fazer campanha para atrair estrangeiros demais, porque o parque hoteleiro de Manaus não comporta muita gente e o projeto teve apoio do governo local. Queremos que o pessoal jovem da cidade, que não conhece a área da antiga pedreira, compareça."
 

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