Reuters
06/08/2001 - 17h30

Processo de paz na Macedônia atinge novo impasse

da Reuters, em Ohrid (Macedônia)

O processo de paz na Macedônia atingiu um novo impasse hoje, quando políticos da maioria eslava impuseram novas exigências para o fim da rebelião da minoria albanesa, que já dura cinco meses.

"Estou chocado", disse o mediador norte-americano James Pardew. Depois de um acordo sobre reformas na polícia, ontem, os líderes dos partidos eslavos e albaneses pareciam prontos para concluir o acordo.

O representante da União Européia, François Leotard, disse que o presidente Boris Trajkovski manteria reuniões com seus assessores de segurança para discutir as novas exigências. Caso não haja saída para o impasse, o país caminha para uma guerra civil.

"Não estou com medo, acho que estamos num bom caminho, mas precisamos de mais tempo. Um ou dois dias, não mais do que isso, eu acho", disse Leotard. Ele e Pardew não quiseram mencionar os motivos que estão impedindo o progresso das negociações.

Mas uma fonte ocidental disse que a nova postura macedônia pode impedir o acordo. Uma autoridade do país disse que o assunto não estava na pauta da reunião do presidente, que seria sobre desarmamento.

Uma fonte política que não quis ser identificada disse que os macedônios queriam garantias de que os rebeldes começariam a ser desarmados logo depois de as partes concordarem com o pacote de reformas _que vai dos direitos sobre o uso da língua albanesa ao sistema educativo.

Eles não queriam que a guerrilha esperasse a aprovação do acordo pelo Parlamento, o que pode levar 45 dias.

Os eslavos temem que fazer concessões aos albaneses enquanto eles estão armados signifique capitular à violência deles. Os guerrilheiros não participam das negociações, mas dizem que esperam ver mudanças reais na política do país, não só promessas, antes de depor as armas. Eles também querem anistia para entregar seu arsenal a uma força da Otan, que será composta por 3.500 homens.
 

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