Reuters
08/08/2001 - 18h56

Palestino explode bomba e Israel revida com ataque de mísseis

da Reuters, em Jerusalém

Um terrorista suicida palestino explodiu hoje uma bomba em um posto do Exército israelense e em retaliação helicópteros de Israel lançaram dois ataques de mísseis intensificando os conflitos no Oriente Médio.

Três soldados israelenses ficaram feridos e a trégua obtida pelos Estados Unidos ruiu.

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, repetiu durante visita à Turquia que não participará de negociações de paz com o líder palestino, Iasser Arafat, enquanto a violência não cessar completamente.

"É importante para ele decidir se quer ficar à frente de um Estado independente e agir de acordo com isso, ou se deseja ficar à frente de uma gangue de assassinos", disse Sharon.

O ministro do Exterior do Egito classificou, dias antes, o governo de Israel como uma "gangue de assassinos" devido a sua política de matar militantes que estiverem programando ataques contra Israel. O governo de Sharon chama a política de auto-defesa.

A violência recente começou quando um palestino matou a tiros um colono judeu na Cisjordânia, ontem, horas depois de o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ter negado envolvimento mais profundo do país para acabar com o conflito.

O ministro do Exterior de Israel, Shimon Peres, pediu para que sejam retomadas as negociações para acabar com a violência. "Temos de falar sobre como acabar com os conflitos, isso é a coisa mais urgente e por isso precisamos negociar", disse Peres durante visita a um complexo industrial conjunto entre israelenses e palestinos, que está em funcionamento desde o início da Intifada, em setembro.

O terrorista suicida palestino morreu após detonar uma bomba quando um soldado aproximou-se para inspecionar seu carro num posto de controle perto de um assentamento judaico no Vale do Jordão, informaram fontes de segurança israelenses. O soldado ficou levemente ferido por estilhaços.

Membros do Hamas anunciaram em Nablus que o terrorista era um rapaz de 20 anos de idade chamado Ashraf al-Saed, que pertencia ao braço militar do movimento. A ação foi chamada de "heróica".

Outros dois soldados israelenses foram atingidos por uma bomba em Nablus o que provocou o ataque com helicópteros contra um posto de segurança na cidade usado por forças leais a Arafat.

Ninguém ficou ferido nos ataques israelenses. Israel já havia atacado centros de segurança em Salfit, em retaliação ao assassinato do colono judeu na terça-feira. Também não houve feridos.

Em Nova York, autoridades israelenses nas Nações Unidas tiveram acesso a vídeos e objetos manchados de sangue relacionados ao sequestro de três soldados pelos guerrilheiros do Hizbollah no Líbano, em outubro.

"Estamos convencidos de que isso poderá jogar luz sobre as condições de nossos soldados", disse o embaixador israelense na ONU, Yehuda Lancry.

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