Diretor de "Moulin Rouge" diz que sucesso significa liberdade
da Reuters, no Rio de JaneiroO diretor australiano Baz Luhrmann, que está de passagem pelo Brasil para divulgar seu novo filme, "Moulin Rouge - Amor em Vermelho", acredita que o sucesso dessa produção significa maior liberdade de trabalho nos Estados Unidos.
"Meus filmes pagaram suas contas, o que significa que continuarei a ter a liberdade criativa que tenho e da qual poucos diretores podem se gabar, mesmo em Hollywood", afirmou o diretor na sexta-feira.
O próprio Baz Luhrmann recorda que apenas Steven Spielberg e James Cameron, diretor do megasucesso "Titanic", lhe fazem companhia no pódio de cineastas que podem escolher o trabalho que farão em seguida.
"Moulin Rouge - Amor em Vermelho", com Nicole Kidman e Ewan McGregor, estreará no Brasil no dia 24 de agosto e teve sua pré-estréia mundial na abertura do Festival de Cannes, em maio passado.
Desde seu lançamento nos Estados Unidos já faturou US$ 75 milhões, antes mesmo de estrear comercialmente na Europa. O filme custou US$ 50 milhões.
A escolha do cabaré francês do Moulin Rouge como centro de sua história tem muito a ver com a cultura pop do século 20. Para ele, o cabaré onde reinaram o pintor Toulouse Lautrec e o músico Erik Satie no começo do século passado era o lugar para onde convergiam os ícones culturais da época.
O filme começa na Paris de 1900. Mas as músicas que se ouvirão serão da década de 60 para cá, como canções de Madonna (Like a Virgin, Material Girl), Elton John (Your Song), Kurt Cobain (Smells Like Teen Spirit) e The Beatles (All You Need is Love), entre outras.
Para o cineasta, usar música de outras épocas fora de seu contexto original não tem nada demais e nem é novo. "O público tem de ter uma relação com as músicas antes de ir ao cinema. Esta é uma das regras do musical'', ensina o diretor, cujos três filmes são, justamente, musicais (antes ele dirigiu "Vem Dançar Comigo" e "Romeu & Julieta de William Shakespeare").
Luhrmann acredita que o tipo de cinema que faz depende muito do envolvimento emocional de sua platéia. "Um musical, no fundo, é como um jogo de futebol. Você tem de saber as regras, aí você entra no jogo. E mesmo assim a experiência de cada espectador é muito individual", define.