Reuters
12/04/2001 - 13h58

Caçadores virtuais cotinuam busca a nazistas na internet

da Reuters, em Munique

O governo alemão negou nesta semana que esteja avaliando a hipótese de interceptar sites nazistas, mas alguns ``caçadores de nazistas'' assumem abertamente que encaram a questão como um jogo, uma guerra virtual.

Pegue o exemplo de Ruediger Loester. O expert em informática de Nuremberg gasta entre 20 e 30 horas semanais de seu tempo livre abatendo sites de extrema direita ilegais na Alemanha.

``É importante que toda a comunidade virtual alemã esteja engajada contra os nazistas, e não apenas os oficiais e funcionários públicos'', disse.

Neonazistas e outros grupos de extrema direita representam apenas uma pequena minoria no país, 56 anos após a derrocada do 3o. Reich. Mas a Internet deu a esses grupos condições sem precedentes para disseminar sua mensagem pelo mundo.

Ainda sensíveis a qualquer possibilidade de expansão das idéias nazistas, as leis alemãs proíbem o uso de símbolos do 3º Reich, e as autoridades pensam em fechar quaisquer sites relacionados com o tema hospedados no país.

É que caçadores modernos como Loester tornam-se úteis, localizando onde determinado site nazista está hospedado. ``Mais da metade dos casos contra esses sites provêem de informações de usuários comuns'', revela Richard Voest, chefe da agência de investigação criminal da Bavária.

O problema de ambos, Loester e autoridade alemãs, é que muitos dos sites mais ofensivos estão nos EUA, onde são legais. ''Muitos têm provedores norte-americanos, e lá a situação é diferente. A propaganda nazista não é considerada crime, mas liberdade de expressão'', diz Loester.

O ministro do Interior alemão negou nesta semana que estivesse pensando em usar hackers para fechar sites estrangeiros cujos conteúdos fossem ilegais na Alemanha. ``Sites de conteúdo neonazista e anti-semita, que incentivam a violência ou com idéias de extrema direita, são uma ameaça crescente'', disse o ministro na terça-feira (10).

O governo alemão disse que a polícia entrou em mais de 100 sistemas de computador em abril, numa ação contra o comércio ilegal de músicas nazistas via internet.
 

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