Justiça argentina interroga ex-ditador Jorge Videla sobre plano Condor
da Reuters, em Buenos AiresO ex-ditador argentino Jorge Videla vai depor hoje à Justiça argentina sobre o Operação Condor (um suposto plano de secreto de cooperação entre os aparatos repressivos de governos militares sul-americanos, em especial no Cone Sul _Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia_, durante os anos 70 e 80) nos anos 70.
Videla chegou ao tribunal, em Buenos Aires, por volta das 10h e será interrogado pelo juiz Rodolfo Canicoba Corral.
Ele é alvo de dois processos criminais: um relacionado ao plano de extermínio e outro ao sequestro de bebês de mulheres detidas pelo regime militar. Os crimes teriam sido cometidos durante o governo da junta militar no poder na Argentina de 1976 a 1983. Nesse período, entre 15 mil e 30 mil pessoas desapareceram.
Videla teve sua prisão preventiva decretada no dia 10 de julho por causa de uma acusação de uma associação ilícita, o que seria um primeiro passo na implementação da Operação Condor.
Caso seja comprovado o envolvimento de Videla no plano e no sequestro de bebês, ele pode ser condenado até 20 anos de prisão.
O juiz enviou aos EUA um pedido para interrogar Henry Kissinger, secretário de Estado dos EUA entre 1973 e 1977, por suspeitar que o governo norte-americano sabia do plano.
Além disso, o juiz também pediu a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, do general da reserva do Uruguai Julio Vadora e do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner.
