Reuters
17/08/2001 - 16h59

Líder da independência do Timor Leste tenta evitar violência

da Reuters, em Lisboa

O líder da luta pela independência do Timor Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje que pretende evitar que a tensa campanha política na região resulte em episódios violentos, no momento em que o território se prepara para ficar independente.

Em declarações divulgadas pela rádio portuguesa "TSF", Gusmão voltou atrás em sua decisão de não intervir na campanha para as eleições do próximo dia 30, afirmando estar preocupado com a violência verbal.

O pleito, que deve contar com 400 mil eleitores, marca o segundo aniversário do referendo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no pequeno território asiático. Aquela eleição colocou fim aos 23 anos de domínio da Indonésia sobre a região, invadida depois da retirada das forças de Portugal de sua ex-colônia.

"Evitarei por todos os meios que haja derramamento de sangue. Direi à população para que não vote em partidos que prometem apagar o passado recente", afirmou Gusmão, que passou sete anos detido em uma prisão indonésia.

"Direi à população que esses partidos, que começaram a incitar seus simpatizantes à prática da violência, são os responsáveis pelos ataques das milícias", afirmou o líder independentista, referindo-se aos massacres que se seguiram ao plebiscito realizado em 1999.

Sérgio Vieira Mello, o brasileiro que lidera a administração interina da ONU em Timor Leste, também pediu que os políticos deixem de lado os ataques verbais.

"Peço tolerância zero por parte dos timorenses para os excessos cometidos por ativistas políticos ou partidos que usam métodos que a população desse país não tolerará mais", afirmou Vieira de Mello.
 

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