Reuters
21/08/2001 - 17h49

Grupo quer que governo distribua remédios para Aids na África do Sul

da Reuters, em Johanesburgo (África do Sul)

Lideranças de um grupo de ativistas anti-Aids da África do Sul querem levar o governo do país à Justiça para obrigar o fornecimento de remédios a mulheres grávidas para o tratamento do HIV. O coquetel poderia diminuir o risco da transmissão aos recém-nascidos.

A África do Sul tem evitado o uso de drogas anti-retrovirais no setor estatal usando o pretexto de custo e segurança, apesar de o país ter cerca de 5 milhões de pessoas estarem contaminadas pelo HIV.

A TCA (Treatment Action Campaign) pede ao governo para iniciar um programa nacional de distribuição de uma droga anti-retroviral, chamada de nevirapina, com o objetivo de diminuir o número de crianças infectadas com o vírus da Aids, na África do Sul.

De acordo com a organização, mais de 150 crianças nascem infectadas pelo vírus por dia no país africano.

O grupo acredita que o governo poderia implantar um programa para salvar mais de 20 mil crianças por ano, com o custo de US$ 30 por mulher grávida.

A TAC informou que encaminhou uma ação legal para defender os direitos constitucionais dos sul-africanos, já que o governo não o faz.

O processo inclui depoimentos de mães às quais foi negado o coquetel anti-HIV, deixando os filhos suscetíveis à morte.

O TCA briga juducialmente contra as indústrias farmacêuticas para que os países pobres tenham o direito de importar medicamentos contra a Aids mais baratos.

O Ministério da Saúde, em Pretória, informou já ter recebido cópia da ação da TAC, mas afirmou que está usando o medicamento em locais como teste para explorar "certos desafios operacionais" ligados ao uso da droga. Anteriormente, o ministério havia dito que ainda é cedo para começar um fornecimento nacional de nevirapina, mas a droga já tem sido usada em 18 lugares da África do Sul.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca