Reuters
14/04/2001 - 10h57

Berlusconi vai distribuir biografia para os eleitores

da Reuters, em Roma

Silvio Berlusconi, que disputa o cargo de primeiro-ministro nas eleições gerais da Itália do mês que vem, prepara o envio de milhões de livros com a história de sua vida para eleitores em todo o país.

Publicado pela editora de Berlusconi, Mondadori, o livro traz 250 fotos do líder de oposição de centro-direita, mostrando a sua infância, atuação como empresário, barão da mídia e político.

Trechos de sua biografia foram publicados na sexta-feira por jornais italianos, que também exibiram algumas das fotos do bilionário de 64 anos com o filho e a filha, colhendo flores em sua casa de campo ou durante os sete meses em que governou o país em 1994.

A obra traz também uma interpretação do horóscopo de Berlusconi, que é do signo de libra. As estrelas, claro, estão favoráveis a ele -o texto de astrologia o descreve como alguém "carismático, naturalmente talentoso e instintivamente competitivo".


Como era de se esperar, o livro foi duramente atacado pela imprensa de esquerda. O "L'Unita", jornal próximo aos ex-comunistas Democratas de Esquerda, maior partido da coalizão de governo, comparou as fotos de Berlusconi e seu filho com aquelas do "ex-grande líder" da Coréia do Norte, Kim il-Sung, ao lado de seu filho, Kim Jong-il.

Outra foto de Berlusconi, em trajes de tenista, foi publicada ao lado de uma imagem semelhante do ex-ditador comunista da Romênia, Nicolae Ceausescu, com sua mulher, Elena.

Os diários italianos disseram que o político planeja imprimir mais de 12 milhões de exemplares do livro, enviando-os para as famílias italianas. A informação não foi confirmada por um porta-voz do Partido Forza Italia, de Berlusconi.

Segundo o "Corriere della Sera", esse número seria bem superior às 4 milhões de cópias da Bíblia vendidas anualmente no país.

O porta-voz do partido também se negou a comentar quanto custará esse projeto, afirmando ser impossível prever os valores enquanto a tiragem total não estiver definida.

Numa resposta ao livro de Berlusconi, o diário comunista "Il Manifesto" publicou selos falsos para serem usados na devolução por correio da obra. O grupo cultural de esquerda ARCI se propôs a realizar uma coleta do livro para reciclagem.
 

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