Austrália defende venda e consumo de carne de canguru
da ReutersO governo australiano defendeu o consumo da carne de canguru contra grupos de defesa dos animais que fazem campanha na Europa para convencer os moradores do continente a não comprarem o produto.
Com o crescimento da venda de bifes de canguru na Europa, cuja indústria tradicional de carne viu-se abalada pela epidemia de febre aftosa, o ministro australiano da Agricultura, Pesca e Florestas, Warren Truss, veio a público na semana passada para afirmar que os animais eram caçados de forma adequada e que sua carne era segura para os seres humanos.
"As acusações, feitas por defensores dos animais, de que os cangurus são mortos em condições desumanas e que a carne deles não é saudável revelam-se completamente injustificadas e infundadas", disse Truss.
As exportações da carne de canguru cresceram 20 por cento nos últimos meses depois da explosão da epidemia de febre aftosa na Europa. As vendas de avestruz, ema e crocodilo também aumentaram.
Os jornais australianos noticiaram que grupos de defesa dos animais lançaram uma campanha de marketing agressiva no continente, alegando que os cangurus são mortos em verdadeiras chacinas e que a carne deles não é segura.
O ministro argumentou que o produto era magro, com cerca de apenas 2 por cento de gordura, e que apresentava altos índices de proteína, ferro e zinco.
As autoridades, segundo Truss, vigiam de perto a caça de cangurus. A Austrália mata cerca de 2 milhões de cangurus todos os anos, uma cifra que obedece a um programa de cotas criado pelo governo e que, segundo as autoridades, evita uma superpopulação que seria danosa à indústria agropecuária e aos próprios animais.
O departamento australiano da Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra Animais criticou a matança anual e vem realizando uma nova investigação sobre maus-tratos à espécie.
O país exporta cerca de 5 milhões de quilos de carne de canguru anualmente. A prática iniciou-se há 35 anos.
