Serra e Roche não chegam a acordo sobre droga anti-Aids
da ReutersA reunião entre o ministro da Saúde, José Serra, e o presidente da Roche no Brasil, Ernest Egli, realizada na noite de ontem para discutir a redução do preço do nelfinavir, droga anti-Aids que o Brasil ameaça produzir localmente a um preço muito menor, terminou sem um acordo.
Em comunicado, o laboratório suíço informou que haverá novos encontros com o Ministério da Saúde e que a "Roche somente se pronunciará sobre o assunto após o término das negociações".
Após seis meses de discussão, o Brasil pressionou a Roche na semana passada ao anunciar que pediria a licença compulsória para produzir localmente o nelfinavir, que faz parte do coquetel anti-Aids. O medicamento é vendido pela Roche, detentora da patente nos Estados Unidos, com o nome comercial Viracept.
O Brasil espera uma redução de 40% no preço do nelfinavir, considerando que o laboratório estatal Far-Manguinhos pode produzir o medicamento mais barato.
O laboratório, no entanto, afirmou que já reduziu o preço e que está vendendo a droga ao Brasil pela metade do valor de atacado dos EUA.
Atualmente, a droga representa um gasto de cerca de 220 milhões de reais por ano para 25% dos 100 mil pacientes que recebem gratuitamente medicamentos anti-Aids no Brasil. A redução de 40% no preço, que poderia ser conseguida com a produção local, representa uma economia de 88 milhões de reais por ano ao país, segundo o governo.
