Reuters
06/09/2001 - 14h00

Veja o esboço do relatório final da Conferência contra o Racismo

da Reuters, em Durban (África do Sul)

Conheça o esboço da declaração proposta hoje pela África do Sul na Conferência Mundial contra o Racismo, patrocinada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Esboço da declaração

1. Temos consciência de que a história da humanidade encontra-se repleta de grandes atrocidades, resultantes da violação dos direitos humanos, e acreditamos que essas lições podem ser aprendidas. A história deve ser lembrada, a fim de que tragédias futuras sejam evitadas.

2. Lembramos que o Holocausto nunca deve ser esquecido.

3. Reconhecemos com grande preocupação a intolerância contra certas comunidades religiosas, bem como a emergência de atos hostis e de violência contra essas comunidades devido a sua crença religiosa e a sua origem racial ou étnica, fatos esses que se verificam em várias partes do mundo e que limitam a prática livre de suas crenças.

4. Também reconhecemos com grande preocupação o aumento do anti-semitismo e da islamofobia em várias partes do mundo, bem como a emergência de movimentos raciais e violentos inspirados no racismo e nas idéias discriminatórias contra judeus, muçulmanos, árabes e outras comunidades.

5. Estamos conscientes de que a história da humanidade está repleta de terríveis injustiças impostas por meio do desrespeito à igualdade entre os seres humanos e notamos com preocupação a intensificação de tais práticas em várias partes do mundo, e apelamos às pessoas, principalmente às que se encontram em áreas de conflito, para que não façam incitações ao racismo, não usem linguagem depreciativa e que não lancem mão de estereótipos negativos.

Estamos preocupados com o sofrimento imposto ao povo palestino que vive sob ocupação estrangeira. Reconhecemos o direito inalienável do povo palestino à autodeterminação e ao estabelecimento de um Estado independente e reconhecemos o direito à segurança de todos os Estados da região, entre os quais Israel.

6. Pedimos por uma paz justa, ampla e duradoura na região, na qual todos os povos devem coexistir e gozar de igualdade, justiça e direitos humanos e segurança reconhecidos internacionalmente.

7. Reconhecemos o direito de retorno dos refugiados para voltar voluntariamente a suas casas e propriedades com dignidade e segurança e pedimos que todos os Estados facilitem tal retorno."


Esboço do programa de ação

"1. Acreditamos que todos os conflitos e disputas devem ser resolvidos por meio de instrumentos pacíficos e de diálogo político. Pedimos que todas as partes envolvidas em tais conflitos mostrem moderação e respeito aos direitos humanos.

2. Pedimos que todos os Estados se oponham ao racismo, que reconheçam a necessidade de combater todas as formas de racismo, que reconheçam a necessidade de combater o anti-semitismo, o anti-arabismo e a islamofobia em todo o mundo. E conclamados os Estados a tomar medidas efetivas para evitar o surgimento de movimentos baseados no racismo e em idéias discriminatórias que dizem respeito a essas comunidades.

3. No que diz respeito ao Oriente Médio, apelamos pelo fim da violência e pela retomada imediata das negociações, pelo respeito aos direitos humanos e às leis internacionais, pelo respeito à autodeterminação e pelo fim de todo o sofrimento, a fim de permitir que Israel e os palestinos retomem o processo de paz e se desenvolvam e prosperem com segurança e liberdade."

Leia mais no especial sobre a conferência da ONU

 

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