Reuters
06/09/2001 - 19h21

Fidel Castro zomba de reportagem sobre viagem de Elián aos EUA

da Reuters, em Havana

O presidente Fidel Castro classificou hoje como "ridícula" a reportagem feita pela mídia norte-americana que afirmava que o mais famoso garoto cubano, Elián González, compareceria a uma assembléia de crianças da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, no final do mês.

Reuters - 19.jul.2001
Fidel Castro, presidente de Cuba
Havana publicou, simultaneamente à declaração de Castro, um comunicado garantindo que o sobrevivente de um naufrágio, de sete anos, que retornou dos Estados Unidos a Cuba em junho de 2000, não viajará e que não será explorado por motivos políticos.

A revista "Time" informou na última semana no seu site na internet que autoridades cubanas estão enviando Elián como parte de uma delegação para a conferência de crianças da ONU, em Nova York, que acontecerá nos dias 19 a 21 de setembro.

"É uma invenção ridícula dos imperialistas", disse Castro aos repórteres hoje, durante um longo discurso que marcou o início do novo ano escolar em Cuba.

Antes, um comunicado do Ministério das Relações Exteriores classificou a informação da "Time" como "ligada à máfia anti-cubana em Miami, que está sempre pronta para distorcer a realidade da ilha e mostrar seu ódio contra a revolução".

Elián, que foi levado a Miami em novembro de 1999 quando seu bote, cheio de migrantes cubanos, virou matando sua mãe e outras dez pessoas, voltou às aulas nesta segunda-feira na sua cidade provinciana, Cardenas.

Seu pai, Juan Miguel González, que tentou trazê-lo de volta para casa numa campanha que mobilizou as massas organizadas pelo governo do presidente Fidel Castro, também negou as informações da revista "Time" no início desta semana.

Em Cuba, "ele nunca foi, ou nunca será usado como um instrumento de propaganda ou política internacional, como aconteceu em Miami", disse o Ministério de Relações Exteriores.

Depois de ter sido resgatado no mar, Elián passou sete meses nos Estados Unidos, principalmente em Miami, com seus parentes.

Mas agentes federais norte-americanos capturaram a criança da casa de seus parentes em Miami, durante um ataque repentino, em abril de 2000 e Elián foi entregue ao seu pai em Washington. Ambos voltaram a Cuba dois meses depois, logo após os parentes de Miami perderem a batalha por sua custódia na justiça.
 

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