Reuters
16/04/2001 - 20h09

Comandante de submarino assume responsabilidade por acidente

da Reuters, em Nova York

O comandante do submarino nuclear norte-americano que ao emergir bateu em um pesqueiro japonês, causando seu afundamento e a morte de nove pessoas, assumiu completa responsabilidade pelo acidente e considerou que a presença de 16 civis a bordo da embarcação pode ter contribuído como fator de distração dos tripulantes. O acidente aconteceu em 9 de fevereiro.

Em uma entrevista concedida à revista "Time", publicada hoje, o comandante Scott Waddle, que depois da colisão foi retirado do comando do submarino Greenville, disse: ``Eu não causei o acidente. Eu dei ordens que resultaram no acidente. E eu aceito completa responsabilidade por ele. Eu daria minha vida se isso significasse que uma daquelas nove pessoas pudessem ser salvas.''

A revista disse que Waddle chorou em vários momentos das entrevistas e em um ponto declarou que: ``Eu não estou cansado de pedir desculpas, mas eu estou cansado de chorar.''

Waddle acrescentou que a presença de 16 civis a bordo do Greenville pode ter distraído a tripulação quando a embarcação começou a emergir em 9 de fevereiro, colidindo com o pesqueiro Ehime Maru.

``A presença deles na sala de controle no mínimo interferiu em nossa concentração'', disse o ex-comandante do Greenville.

Um tribunal da Marinha norte-americana recomendou medidas que provavelmente acabarão com a carreira de Waddle como comandante de um submarino, mas que evitarão que ele seja julgado em uma corte marcial, disse um oficial da marinha no domingo.

O oficial, que não quis ser identificado, disse que as recomendações, se implementadas, significarão que ``Waddle será desincorporado da marinha, mas que pelo menos não será preso''.

A fonte disse também que outros dois oficiais do submarino também serão liberados de serem julgados por uma corte marcial.

As investigações sobre o acidente produziram um relatório de 2.000 páginas que foi entregue ao comandante da frota norte-americana do Pacífico, comandante Thomas Fargo, na sexta-feira. Cabe a Fargo decidir que ação tomar, se decidir tomar alguma atitude, dentro de 30 dias.
 

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