Reuters
17/09/2001 - 12h43

Crise no turismo será a pior desde a Guerra do Golfo

da Reuters

O turismo global deve enfrentar a pior crise no setor desde a Guerra do Golfo, em 1991. Segundo analistas, o mercado deve sentir os efeitos negativos dos ataques terroristas da semana passada contra as torres do World Trade Center e o Pentágono (EUA) por vários anos, e os próprios americanos devem ficar mais em casa.

"Naquela época [1991", bilhões de dólares foram perdidos, e as empresas aéreas sofreram muito. Os americanos pararam de fazer viagens internacionais", disse Phil Davies, editor da "Travel Trade Gazette", em Londres. "Potencialmente, a crise atual será muito pior."

Especialistas disseram que principalmente os turistas norte-americanos ficarão mais nervosos do que nunca para viajar ao exterior. Mas, em todas as partes do mundo, as pessoas estão cancelando os vôos e preferindo ficar em casa.

A maioria das operadoras e das agências está reticente em estimar os prejuízos. Segundo a Organização Mundial do Turismo, com sede em Madri, o impacto no setor será "enorme", mas ainda é muito cedo para fazer uma avaliação, pois os desdobramentos da tragédia são imprevisíveis.

Números

Embora os gastos do turismo global tenham aumentado nos últimos 15 anos, esse crescimento foi menor durante a Guerra do Golfo.

Enquanto a receita no turismo internacional aumentou 19,2% entre 1989 e 1990 -passando de US$ 221 bilhões para US$ 263,4 bilhões-, em 1991, o crescimento foi de 5%, atingindo o valor de US$ 276,6 bilhões.

Mas o efeito em determinados mercados foi mais significativo. Segundo a Autoridade de Turismo Britânica, o número de visitantes dos EUA para o Reino Unido despencou após a guerra. Em 1990, 1,5 milhão de norte-americanos estiveram no país, contra cerca de 1 milhão em 1991.

Os visitantes dos EUA só ultrapassaram a marca de 1990 cinco anos mais tarde, quando 1,57 milhão de norte-americanos foram à ilha.

Na Grécia, autoridades do setor prevêem que a indústria de cruzeiros seja bastante afetada. Dos 12,6 milhões de turistas que o país recebeu em 2000, cerca de 230 mil eram americanos, que viajavam em grupo e preferiam fazer cruzeiros.
 

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