Reuters
17/09/2001 - 14h47

Criadores de games têm cuidado para não chocar após atentados

da Reuters, em Los Angeles

A indústria de videogame afirma que terá cuidado em não provocar revolta do público com títulos violentos após os atentados terroristas aos EUA. Mas garante que continuará a lançar jogos de ação.

"Sempre dissemos que existe uma considerável distância física e psicológica entre nossos jogos e a realidade desses eventos", afirmou Jeff Brown, porta-voz da Electronic Arts, desenvolvedora líder de games nos EUA.

Apesar disso, a Electronic Arts suspendeu a venda do jogo "Majestic", que coloca os usuários numa conspiração ao estilo do seriado Arquivo X. A companhia está preocupada com um dos recursos do jogo, pelo qual os usuários recebem mensagens gravadas. A empresa teme que isso lembre as ligações de celular feitas pelas vítimas que estavam nos aviões comerciais sequestrados nos EUA na terça-feira.

A Arush Entertainment também está reavaliando o desenvolvimento de um jogo que mostra o personagem agindo pelas ruas de Nova York. As cenas, que trazem inclusive as torres do World Trade Center, estão sendo revisadas.

Segundo Jim Perkins, presidente-executivo da Arush, o logotipo do jogo e um clipe de cenas foram alterados por conterem imagens das torres gêmeas destruídas pelos atentados.

Outro game que tem futuro incerto é o "Metal Gear Solid X", que deveria ser lançado para o console Xbox da Microsoft. O jogo mostra cenas de destruição em Nova York.

A Nintendo e a Sony também tomam suas precauções. "Acho importante sermos respeitosos e cautelosos nesse momento", afirmou Molly Smith, diretora de comunicações da Sony Computer Entertainment.

"Nossa indústria, como qualquer outra, tem a responsabilidade de avaliar o impacto de uma tragédia como essa nos produtos que fabricamos", disse Doug Lowenstein, presidente da Associação do Software Digital Interativo, que representa 90% do setor de entretenimento eletrônico.

Na Europa, a cautela é maior. "Nos próximos dois anos, os fabricantes de games não desenvolverão nenhum título que envolva aviões em colisão com edifícios ou violência em Nova York", disse um funcionário de uma empresa inglesa que não quis se identificar.

Leia mais no especial sobre atentados nos EUA

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