Aproximação entre EUA e Paquistão preocupa Índia
da Reuters, em Nova DéliA aproximação entre os governos do EUA e Paquistão para uma eventual ação militar no Afeganistão preocupa a Índia, afirmam analistas da imprensa local.
A promessa dos Estados Unidos de "secar o pântano" do terrorismo global é exatamente o que a Índia está pedindo à comunidade internacional há anos, mas há uma inquietação em Nova Déli em relação ao desenrolar dos fatos desde os atentados de 11 de setembro.
Ministros indianos e autoridades manifestaram receio de que o foco das ações contra o suspeito número um dos ataques terroristas, Osama bin Laden, possa inviabilizar um ataque mais amplo contra o terrorismo internacional.
"Lutar contra um Bin Laden aqui ao ali pouco importa", afirma o ministro de Assuntos Parlamentares da Índia, Pramod Mahajan. "Os EUA e outros países deveriam lutar contra o terrorismo como um sistema, e não apenas um sintoma, pois isso erradicaria o terrorismo mundial como um todo."
A ação contra Bin Laden, entretanto, envolve fatores que podem alterar a relação entre países da região, já que o arqui-inimigo da Índia, o Paquistão, deve colaborar com os Estados Unidos na provável ação militar contra as instalações de Bin Laden no Afeganistão.
A Índia, por sua vez, acusa o Paquistão de sustentar terroristas islâmicos separatistas na Província indiana da Caxemira, e vê o momento como uma chance decisiva para conseguir ajuda internacional para solucionar o conflito.
Os problemas de relação entre os dois países são alvo de atenção no mundo todo, já que ambos dominam a tecnologia da bomba atômica.
Analistas políticos indianos, porém, não acreditam que os Estados Unidos se mostrem dispostos a interferir na questão da Caxemira, já que isso poderia dificultar um acordo militar com o Paquistão para a ação no Afeganistão.
"Se os EUA falam sério em combater o terrorismo, deveriam levar em conta o fato de que estão cooperando com um país que apóia o terrorismo na região", afirma Mahajan.
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