Grupos paquistaneses intensificam protestos contra os EUA
da Reuters, em Peshawar (Paquistão)Manifestantes paquistaneses intensificaram hoje seus protestos contra os Estados Unidos e contra a decisão do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, de dar apoio a uma eventual ação militar norte-americana contra o Afeganistão.
Os manifestantes tomaram novamente as ruas da cidade de Peshawar, gritando palavras de ordem contra os EUA e pedindo que o Afeganistão não seja atacado. O Paquistão, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes são os únicos países a reconhecer o regime Taleban no Afeganistão.
Foi o quarto dia consecutivo de protestos em Peshawar, um ponto de passagem importante para o território afegão. O Afeganistão recusa-se a entregar Osama bin Laden, principal suspeito pelos ataques ocorridos na terça-feira passada (11) contra Nova York e Washington, e que estaria sendo protegido pelo Taleban. Bin Laden nega participação nos ataques.
Os protestos também aconteceram em outras cidades da Província Fronteira Noroeste, na fronteira com o Afeganistão, e na principal cidade portuária do país, Karachi. "Morte à América" e "América terrorista", gritavam cerca de mil manifestantes enquanto realizavam uma passeata pelas ruas da cidade.
Os protestos também se voltaram contra o pronunciamento em cadeia nacional feito por Musharraf ontem. No pronunciamento, o líder paquistanês defendeu sua decisão de ampliar seu apoio aos EUA, afirmando que a recuperação econômica e as instalações nucleares do Paquistão dependiam disso.
Segundo alguns líderes políticos, a postura de Musharraf pode fazer com que os protestos, até agora pacíficos, tornem-se mais incisivos.
Um conselho paquistanês de clérigos islâmicos (ulemás) divulgou uma resolução hoje pedindo que o governo do Taleban convença Bin Laden a deixar o Afeganistão voluntariamente.
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