Reuters
17/04/2001 - 19h50

Juiz argentino pede extradição de Stroessner e Contreras

da Reuters, em Buenos Aires

O juiz argentino Rodolfo Canicoba pediu a extradição do ex-ditador do Paraguai Alfredo Stroessner, exilado no Brasil, e do ex-chefe da polícia do Chile, Manuel Contreras, que está em prisão domiciliar em seu país.

Ambos são acusados de participação na Operação Condor, união de governos do Cone Sul, durante a década de 70, com o objetivo de colaboração na caça e extermínio de militantes de esquerda.

Canicoba disse ontem que deseja acusar Stroessner e Contreras de ``associação ilegal'', termo jurídico para membros de grupos criminosos e cuja pena pode ir de três a dez anos de prisão.

``Decidi pedir as extradições de Stroessner e Contreras como participantes de uma associação ilegal dos governos do Cone Sul para rastrear e eliminar a oposição'', disse o juiz.

Canicoba quer investigar a suposta ligação entre Contreras, Stroessner e ex-autoridades militares argentinas ao desaparecimento de cinco estrangeiros (paraguaios e chilenos) durante o regime militar na Argentina (1976-1983).

Stroessner, acusado de pelo menos 900 desaparecimentos no Paraguai, está exilado no Brasil desde 1989. Contreras deixou a prisão em janeiro depois de cumprir sete anos de pena por organizar um atentado a bomba em Washington em 1976. Mas está sob prisão domiciliar por conta de outras investigações.

O caso do juiz, aberto em 1999, envolve outras autoridades militares, incluindo o ex-ditador do Chile Augusto Pinochet.

``Quanto mais investigarmos, mais extradições virão'', disse Canicoba.
 

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