Porta-aviões americano deixa base no Japão
da Reuters, em TóquioO porta-aviões norte-americano Kitty Hawk deixou hoje um porto nos arredores de Tóquio escoltado por vários destróieres japoneses. Ele fará parte das forças que se concentram para um eventual ataque contra o Afeganistão.
Os oficiais da Marinha não disseram para onde irá o porta-aviões, mas a imprensa local afirma que o navio, de mais de 80 toneladas e com capacidade para 70 aviões, seguirá para o oceano Índico. O Japão disse que seus navios só vão seguir o porta-aviões nas águas territoriais do país.
O Kitty Hawk é parte da Sétima Frota dos EUA, que opera no Pacífico oeste, no Índico e no golfo Pérsico. Trata-se da maior frota naval do país no exterior. Na semana passada, o porta-aviões fez vários exercícios de combate noturnos, uma medida que geralmente precede o deslocamento para a ação.
Na terça-feira passada (18), o presidente George W. Bush assinou uma resolução do Congresso que autoriza uma ação militar contra os supostos responsáveis pelos atentados de 11 de setembro em Nova York e Washington, que mataram mais de 6.000 pessoas. O principal alvo deve ser o Afeganistão, por estar protegendo o terrorista saudita Osama bin Laden, acusado de ser responsável pelos atentados. Bin Laden nega envolvimento nos atentados.
O Japão é um país importante nessa operação, pois ali estão estacionados 48 mil militares dos EUA, metade do contingente norte-americano na Ásia.
Uma fonte da Agência de Defesa japonesa disse que Tóquio está considerando enviar seus próprios navios Aegis e aviões de vigilância para dar apoio logístico às forças norte-americanas.
O primeiro-ministro Junichiro Koizumi, decidido a evitar o isolamento diplomático japonês, disse que estuda enviar ajuda para "coleta de informações". O país quer evitar as críticas de 1991, quando deu apoio à coalizão internacional na Guerra do Golfo, mas participou apenas com dinheiro (US$ 13 bilhões).
Conflitos internacionais
A Constituição do Japão, escrita após a Segunda Guerra Mundial, exclui a guerra como maneira de resolver conflitos internacionais. O governo sempre considerou isso como uma proibição de agir em auxílio a um aliado.
"Por causa de nossas limitações constitucionais, nossa contribuição na frente militar será bem limitada, mas a luta contra o terrorismo será em todo tipo de frente, e em um sentido amplo acho que o Japão dará uma boa contribuição", disse Seiichiro Takagi, um dos diretores do Instituto Nacional de Estudos de Defesa.
Por causa dos problemas diplomáticos de 1991, o Japão aprovou em 1999 uma lei que autoriza maior apoio militar aos EUA em caso de crises "nas áreas próximas ao Japão" - um termo vago, que as autoridades não conseguiram definir geograficamente.
Mas de qualquer maneira será difícil argumentar que o Afeganistão fica nessa área, e por isso o governo deve apresentar ao Parlamento na semana que vem um projeto que autoriza o apoio a qualquer ação militar comandada pelos Estados Unidos.
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