Reuters
22/09/2001 - 08h30

Comida e remédios no Afeganistão acabarão em um mês, diz ONG

da Reuters, em Cabul (Afeganistão)

O povo do Afeganistão está às vésperas de enfrentar uma crise humanitária, afirmam as organizações assistencialistas que ainda estão presentes na região.

Comida, remédios e outros suprimentos essenciais vão se esgotar no Afeganistão em um mês, como resultado do fechamento das fronteiras do país com o Irã e o Paquistão.

"Se as agências assistencialistas não encontrarem uma maneira de mandar suprimentos agora, uma séria catástrofe humanitária pode acontecer", afirma o engenheiro Najib, representante da "Canadian Relief Foundation" em Cabul, capital do Afeganistão.

"Estamos falando sobre vários milhões de pessoas que vão sofrer se as ações preventivas necessárias não forem tomadas", diz.

O Afeganistão tem cerca de 18 milhões de habitantes.

Todas as ONGs e agências ligadas à ONU retiraram suas equipes do Afeganistão desde que o Taleban, grupo extremista islâmico que domina 90% do país, afirmou que não poderia garantir a segurança dos estrangeiros em um eventual ataque dos EUA ao local.

Enquanto milhares de afegãos se amontoam nas fronteiras e campos de refugiados, os Estados Unidos agrupam forças militares para uma invasão no Afeganistão. A intenção dos EUA é capturar o milionário saudita Osama bin Laden e destruir seus campos de treinamento de guerrilheiros-terroristas.

Muitos afegãos que não conseguiram atravessar as fronteiras com Irã ou Paquistão, estão buscando abrigo em áreas rurais, o que dificulta ainda mais a ação dos grupos humanitários.

"Essas pessoas trancadas nas fronteiras vão precisar de comida e remédios e algo precisa ser feito pela comunidade internacional para trazer suprimentos e estocá-los antes que o ataque comece", diz Najib. "O que vai acontecer se a guerra começar e não houver remédios para tratar as vítimas, não importa quais forem?"

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