Reuters
22/09/2001 - 15h44

Europa vai ajudar companhias aéreas em dificuldades

da Reuters

Os ministros das Finanças da União Européia concordaram hoje que os governos devem apoiar as companhias aéreas afetadas pelos ataques aos Estados Unidos, mas de forma limitada, solucionando apenas os problemas de curto prazo com o mercado segurador.

Os ministros descartaram um programa amplo de governo para ajudar companhias que estão tendo prejuízos contínuos.

As companhias aéreas estão tendo que arcar com o aumento dos prêmios de seguros contra ''guerra e terrorismo'' depois dos ataques ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington, no dia 11 de setembro.

Os ministros disseram que os governos, que estão considerando dar garantia para cobertura para as dívidas das companhias, concordaram com uma série de princípios para lidar com os problemas de seguro.

''O apoio governamental será apenas para enfrentar as deficiências específicas de curto prazo do mercado segurador, para garantir que continue sendo oferecida cobertura de riscos de guerra e terrorismo'', disse um texto do acordo obtido pela Reuters.

''Os governos vão cobrar um prêmio razoável para na medida do possível cobrir os riscos envolvidos'' disse o comunicado.

''Os esquemas serão oferecidos por um mês. Vamos continuar trabalhando para uma solução sustentável e encorajar a indústria a voltar ao mercado o mais rápido possível'', acrescenta o documento.

''Concordamos em ajudar as empresas aéreas'', declarou o ministro das Finanças da Alemanha, Hans Eichel, aos repórteres durante um intervalo da reunião dos ministros de Finanças da União Européia (UE), que acontece em Liége, na Bélgica. Esta é a primeira vez que eles se reúnem depois dos ataques contra os EUA.

''A melhor solução seria um acordo entre as companhias aéreas e as seguradoras, mas se o mercado não é capaz de entrar em acordo, estamos prontos para conceder garantias de uma ajuda estatal por um determinado período de tempo, e cobrir os riscos de terror e violência'', afirmou o ministro alemão.

Empresas seguradoras de todo o mundo advertiram as companhias aéreas de que suspenderiam, na segunda-feira, os seguros contra risco de guerra em vigor, caso eles não fossem renegociados. A decisão, tomada após os ataques aos EUA, forçou as seguradoras e os governos a encontrar uma solução.

A companhia área KLM, da Holanda, chegou a ameaçar suspender seus vôos nesta segunda-feira, mas agora já anunciou que está reabrindo as reservas de bilhetes.

Os custos mais altos dos combustíveis e a queda no faturamento em virtude do declínio no crescimento mundial já estavam balançando as companhias aéreas antes dos acontecimentos do dia 11. Os ataques pioraram a situação das empresas de aviação comercial em todo o mundo.

Ontem, o governo britânico afirmou que ajudaria as companhias aéreas nacionais, depois que as seguradoras anunciaram um corte nos seguros de risco de ''guerra e terrorismo'', fixando o valor em apenas US$ 50 milhões. O governo de Londres vai pagar os seguros das companhias aéreas por 30 dias, sem ônus.

O ministro das Finanças da Áustria, Karl-Heinz Grasser, descartou a possibilidade de que a União Européia possa se sentir compelida a fornecer assistência às empresas aéreas na mesma dimensão daquela providenciada pelo governo de Washington às companhias americanas. ''Isto não vai ocorrer'', afirmou.

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