Reuters
18/04/2001 - 14h47

Toledo quer pacto político entre todos os partidos do Peru

da Reuters, em Lima

O líder centrista da corrida presidencial no Peru e adepto do livre mercado, Alejandro Toledo, reiniciou sua campanha eleitoral ontem, após o feriado da Páscoa, com uma proposta de unir todos os partidos em um pacto político de governo.

Toledo também concordou em participar de debates públicos com o ex-presidente de esquerda, Alan García, antes do segundo turno das eleições, programado para o final de maio ou início de junho.

Toledo defendeu que o pacto fosse selado antes que o novo presidente, seja ele quem for, tome posse em 28 de julho, e que o objetivo do acordo deveria ser o de desenvolver políticas voltadas para o emprego, investimento público, descentralização, corrupção e direitos humanos.

"Estou propondo um pacto entre as forças políticas do Peru, a sociedade, os empresários e os sindicatos'', disse Toledo após a volta do feriado de Páscoa na República Dominicana.

"Convido todos... não apenas quem está competindo agora'', disse Toledo, citando os nomes dos outros dois candidatos presidenciais, Lourdes Flores e Fernando Oliveira, terceiro e quarto colocados na disputa eleitoral.

Representantes dos dois candidatos, no entanto, fizeram menção ao já existente "pacto de governabilidade'' entre a maioria dos partidos, que tem por objetivo estimular o emprego e lutar contra a pobreza.

O atual pacto foi assinado durante as eleições de 2000, vencida pelo ex-presidente Alberto Fujimori, antes de fugir do país em meio a um escândalo de corrupção.

No primeiro turno da corrida, Toledo ficou com 36,5% dos votos, enquanto Garcia ficou com 25,8%. Os dois concorrem agora ao segundo turno, já que nenhum candidato conseguiu obter a maioria absoluta dos votos na primeira rodada eleitoral.

A perspectiva de García voltar ao poder depois de presidir o país entre os anos de 1985 e 1990, período pelo qual o Peru teve de enfrentar uma crise econômica com direito a hiperinflação, problemas relacionados à dívida, violência de guerrilhas e filas por comida, deixa os investidores ressabiados.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa lembrou os peruanos ontem dos dados da economia na época da administração de García e pediu que a população não votasse no ex-presidente.

García, no entanto, disse que aprendeu com os erros do passado e prometeu reduzir o preço das tarifas elétricas e apoiar o setor agrícola.

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