Reuters
18/04/2001 - 15h59

Servo-bósnio acusado de massacre pela ONU diz ser inocente

da Reuters, em Haia (Holanda)

O comandante servo-bósnio Dragan Obrenovic, acusado de assassinar milhares de muçulmanos durante o massacre ocorrido em 1995 em Srebrenica, afirmou hoje, diante da corte internacional de crimes de guerra, ser inocente.

Os promotores do tribunal internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que o ex-major, de 38 anos, capturado perto de Zvornik (Bósnia) no domingo, participou ativamente do massacre, considerado a pior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Em uma aparição rápida diante do Tribunal Criminal Internacional para a ex-Iugoslávia, Obrenovic, usando um terno preto, abriu mão de seu direito de ver lida por inteiro a acusação feita contra ele.

O juiz encarregado do caso apenas citou as cinco denúncias apresentadas contra o servo-bósnio de cumplicidade em genocídio, crimes contra a humanidade e violação das leis e costumes da guerra.

Para cada uma das acusações, Obrenovic afirmou: ''Excelência, inocente''.

Segundo a acusação, Obrenovic e seu superior imediato, general Radislav Krstic, cujo julgamento em Haia está chegando ao fim, levaram a cabo o massacre sob as ordens do líder servo-bósnio Radovan Karadzic e de seu comandante militar, Ratko Mladic.

``Dragan Obrenovic participou de uma operação criminosa. A finalidade dela era deter sumariamente, executar a tiros e enterrar cerca de 5.000 homens muçulmanos do encrave de Srebrenica'', afirma a denúncia.

As forças servo-bósnias são acusadas de ter matado cerca de 8.000 muçulmanos, alguns deles em combate, depois de terem invadido o encrave em julho de 1995.

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