Rei exilado do Afeganistão tenta conquistar membros do Taleban
da Reuters, em Quetta, PaquistãoSimpatizantes do rei exilado do Afeganistão, Zahir Shah, estão em contato com o movimento Taleban em busca de líderes que queiram acabar com duas décadas de guerra e estabelecer um governo moderado no país.
"Continuamos conversando com o Taleban", disse Hamid Karzai, que aproveita a vantagem da pressão norte-americana sobre a organização para obter apoio para um grande conselho, que coordenaria as mudanças políticas. "Há bons talebans, e esperamos que se juntem a nós. Há alguns maus também, e esperamos que desapareçam."
Karzai fez as declarações na cidade de Quetta, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, enquanto o ex-rei chegava a um acordo com a maior força de oposição, a Aliança do Norte, tentando derrubar o Taleban e estabelecer um governo moderado em Cabul.
Segundo os termos do acordo, as duas partes dizem ter estabelecido um "Conselho Supremo pela União Nacional". O conselho convocará em breve uma reunião de líderes do Afeganistão para decidir o futuro político do país.
Segundo assessores do rei de 86 anos que vive na Itália desde 1973, o Taleban não será proibido de participar da grande assembléia. Mas deixaram claro que esperam a saída do grupo do poder em breve.
Karzai enfatizou que seu grupo não procura a restauração da monarquia, mas deseja a participação ativa do rei para ajudar na reconciliação ideológica e linguística no país.
Karzai disse que o conselho deveria se reunir somente com o fim das hostilidades, mas que isso não é essencial. Ele também disse que seria do interesse do Paquistão e do Irã o estabelecimento de um governo estável no Afeganistão.
O Taleban surgiu a partir de um movimento estudantil religioso com incentivo do Paquistão. Atualmente, o movimento admite que dá abrigo a Osama bin Laden, milionário de origem saudita tido por Washington como principal suspeito dos ataques de 11 de setembro.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais no especial sobre Taleban
